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Como atua o marqueteiro político nas campanhas de 2026

  • Foto do escritor: João Pedro G. Reis
    João Pedro G. Reis
  • há 23 horas
  • 9 min de leitura

Sou João Pedro G. Reis, Diretor Executivo da Communicare, e dedico minha carreira a ajudar candidatos, mandatos e instituições a desenharem estratégias eleitorais no contexto brasileiro. Ao longo de anos atuando diretamente em campanhas, aprendi que a atuação do profissional de marketing eleitoral mudou drasticamente e continuará se transformando para as eleições de 2026. A cada ciclo, surgem novas plataformas, regras e culturas políticas, e o papel desse especialista vai muito além de publicidade e slogans. Ele é o estrategista central de toda a comunicação eleitoral.

Hoje desejo compartilhar, com um olhar técnico, consultivo e prático, como o estrategista de campanhas se posiciona, planeja e executa sua função no cenário contemporâneo. Vou relatar experiências, trazer dados e expor visões que amadureceram em mim com o tempo, tudo para que atores políticos, sindicatos, conselhos e equipes de mandato estejam mais preparados para o que vem pela frente.


O perfil do marqueteiro político hoje


Em muitos ciclos eleitorais, percebi o quanto o perfil desse profissional passou por mudanças. Se antes era visto basicamente como um "criador de jingles", "homem da TV" ou alguém que soltava criatividade em panfletos, hoje o especialista em estratégias eleitorais é um gestor analítico, articulador, líder multifuncional e, cada vez mais, um conhecedor profundo de dados e comportamento digital.

No ciclo de 2026, acredito que as campanhas irão exigir competências como:

  • Visão multidisciplinar: saber integrar criação de conteúdo, análises de dados, coordenação de equipe, negociação com terceiros e percepção política.

  • Atualização digital: domínio de plataformas, impulsionamento, microtargeting e monitoramento de redes.

  • Olhar para o território: compreender as demandas locais, as especificidades de públicos regionais e municipais, como já evidenciado por pesquisas da USP sobre participação em eleições municipais.

  • Gestão de crises: preparo para responder rapidamente a ataques, campanhas de desconstrução e fake news.

  • Capacidade narrativa: transformar números, projetos e valores em histórias que emocionem, facilitem o reconhecimento e gerem confiança.

O marqueteiro político é hoje um estrategista integrado, que conecta dados, mensagem e contexto para influenciar resultados eleitorais.


Planejamento eleitoral: como começa o trabalho


Quando uma eleição se aproxima, costumo dizer que o trabalho sério começa muito antes do período oficial de campanha. O planejamento de uma candidatura requer levantamento histórico, análise de cenário e definição de táticas a longo prazo. Esse processo se estrutura geralmente em algumas etapas-chave:

  1. Diagnóstico: avalio pesquisas internas, escuto a base e faço varredura do ecossistema digital para identificar forças e fraquezas.

  2. Posicionamento: construo, junto ao candidato e seu núcleo próximo, o lugar que ele busca ocupar na mente do eleitor, seus diferenciais, discursos e a imagem a ser projetada.

  3. Definição de público-alvo: faço recortes demográficos, sociais e digitais, prevendo microsegmentação de mensagens, como sugerido em estudos sobre microtargeting.

  4. Plano de comunicação: organizo cronogramas, canais a serem usados, temas de conteúdos, ações de rua, lives, debates, eventos e tudo que servirá de ponte com o eleitor.

Talvez o mais desafiador, nesse início, seja a capacidade de tradução de dados frios em decisões e ações concretas de comunicação. Muitas campanhas pecam nesse ponto, ao se perderem em números ou confiar apenas em intuição.


Estudo de caso: como as redes sociais mudaram o jogo


Em 2010, eu já sentia, ao observar campanhas, que as redes sociais estavam redesenhando a lógica do contato com o eleitor. Um artigo publicado na Revista USP reforçou isso ao demonstrar que Twitter, Facebook e YouTube substituíram mecanismos “analógicos” de engajamento. Em minhas experiências mais recentes, percebo que, em 2026, ignorar a força das redes é um erro fatal. O estrategista eleitoral precisa ser, também, um gestor de comunidades e conversas online.


Estratégias centrais do marqueteiro nas eleições de 2026


Observo no cenário atual quatro eixos indispensáveis na atuação desse profissional:


1. Comunicação omnichannel na política


Não basta investir só em redes sociais, rádio, carros de som ou TV. O eleitor brasileiro está atento em múltiplos meios, e a mensagem vinda do candidato precisa ser coerente, segmentada e adaptada para cada espaço. O estudo da FGV sobre gastos em impulsionamento mostra a expansão de recursos para alcançar o eleitor onde ele está.

  • Instagram: para linguagens rápidas, vídeos e bastidores.

  • WhatsApp: relacionamento direto e contatos locais.

  • TV e rádio: alcance para camadas amplas, principalmente em cidades do interior.

  • Eventos: construção da imagem presencialmente e ativação de bases.

Tenho visto o sucesso de campanhas cuja estratégia se adaptou à cultura local, aos diferentes públicos e plataformas. Talvez o segredo esteja em ouvir antes de falar.


2. Microtargeting e análise de dados


O marqueteiro político deve se tornar amigo dos dados. A segmentação fina de públicos permite campanhas altamente personalizadas, ajustando mensagens, horários e formatos ao perfil do eleitor, não só nas grandes cidades, mas principalmente em camadas locais, onde cada voto faz diferença.

Já vi candidaturas que elevaram o engajamento por acertar o tom de voz e o conteúdo que conversava profundamente com segmentos específicos. Microtargeting, se bem estruturado, reduz desperdício, foca energia e rende bons resultados. Em 2026, com regulamentações mais claras e plataformas digitalmente maduras, isso será ainda mais perceptível.


3. Storytelling aplicado à política


Costumo dizer que estatísticas, gráficos e programas são importantes, mas só mudam voto quando se transformam em histórias que conectam. O especialista em marketing político é, também, o roteirista do percurso de um candidato: humaniza, traduz realizações e cria narrativa coerente do início ao fim da campanha.

Hoje, o público exige autenticidade. Não adianta discursar para parecer. É preciso viver e sentir o que se comunica, e o storytelling é a ponte mais forte para alcançar corações e mentes.


4. Gestão de crises e campanhas de desconstrução


Nunca vi ambiente tão propenso a ataques coordenados, fake news, montagens e campanhas de desconstrução como temos hoje. O especialista precisa antecipar riscos, treinar porta-vozes e definir respostas rápidas para boatos.

Uma das funções centrais do marqueteiro moderno é gerir crises em tempo real, controlando danos e blindando reputações. Ferramentas de monitoramento, integração com assessoria jurídica e comunicação transparente são armas indispensáveis nesse cenário.


Relação entre candidato e estrategista de comunicação


Em minha trajetória, aprendi que campanhas vencedoras quase sempre têm por trás uma relação sólida entre candidato e consultor de comunicação. Confiança, transparência e diálogo aberto possibilitam ajustes rápidos, revisão de rotas e inovação na tática.

Estratégia boa só permanece boa quando pode ser adaptada.

É função do profissional responsável pelo marketing eleitoral dizer “não” quando algo não está alinhado com o plano ou pode gerar riscos. Ao mesmo tempo, cabe a ele ouvir e incorporar visões do candidato, sua trajetória e seu entorno. Nem sempre esse equilíbrio é fácil, já presenciei conflitos, mas também cenas em que uma boa conversa salvou a campanha de um desastre.


A inteligência por trás do uso de dados e pesquisas


Antigamente, as pesquisas eleitorais eram vistas quase como oráculos. Hoje, para mim, têm papel mais dinâmico: são instrumentos para formular, ajustar e testar hipóteses a todo momento. O especialista em marketing político precisa dominar pesquisa quantitativa, discussões em grupos, social listening e análises de sentimento. Os dados direcionam tanto o conteúdo quanto ajudam a identificar tendências emergentes ou necessidades não atendidas.

Aliás, a análise de Gaudêncio Torquato sobre a relação entre atributos pessoais do candidato, demandas conjunturais e comportamento eleitoral mostra que o profissional de comunicação deve olhar sempre para as nuances da população antes de partir para fórmulas prontas. Não há atalhos, cada eleição é singular.


O papel nas eleições sindicais, associativas e conselhos


Muita gente imagina que a atuação estratégica de marketing eleitoral se limita a campanhas de deputados, prefeitos ou presidentes. Na prática, em minha experiência no Brasil, vejo cada vez mais sindicatos, associações e conselhos profissionais buscando profissionais de comunicação diferenciados para fortalecer bases, engajar associados e estruturar disputas internas. Os desafios mudam conforme o perfil da entidade, mas os princípios permanecem:

  • Construção coletiva de narrativa.

  • Foco em identificar demandas de nichos (médicos, advogados, servidores públicos, sindicalizados, etc).

  • Gestão de canais próprios (jornal, rádio, grupos de WhatsApp).

  • Monitoramento de pautas sensíveis e reação rápida a crises internas.

Essa expertise é cada vez mais buscada por entidades que prezam por representatividade e fortalecimento institucional.


Mudanças regulatórias e limites da atuação


Trabalhar em marketing político requer atualização constante quanto às normas e limites impostos pela legislação eleitoral brasileira. A cada ciclo surgem novas regras para impulsionamento, uso de dados, distribuição de conteúdo e financiamento de campanhas. Exceder esses limites, além de ilegal, pode comprometer toda uma trajetória.

Com a tendência de fortalecimento da fiscalização e do compliance nas eleições de 2026, é indispensável, em minha opinião, um alinhamento constante com setor jurídico e ética clara. Nem tudo que o digital permite é, de fato, permitido pelas normas.


O impacto do marketing digital: tendências para 2026


A elevação do investimento em plataformas digitais traduz uma mudança de cultura irreversível. Em 2022, por exemplo, o impulsionamento subiu para 6% dos gastos reportados, contra 2,6% em 2018. Isso mostra que os times políticos estão atentos à necessidade de digitalização, mas ainda há muito a ser aprendido sobre formatos, linguagem e resultados nessas plataformas.

Vejo para 2026 os seguintes movimentos ganhando força:

  • Campanhas com jornadas digitais integradas, otimizando cada ponto de contato.

  • Influencers locais e microinfluenciadores pautando debates e levando conteúdos a nichos.

  • Soluções baseadas em inteligência artificial para otimizar perguntas frequentes, monitorar reputação e sugerir temas de conteúdo.

  • Comunidades digitais fechadas (grupos, fóruns) influenciando a percepção pública e mobilização.

Investir nessa modernização é o que diferencia estratégias vencedoras de campanhas irrelevantes. A propósito, recomendo que quem deseje aprimorar técnicas de comunicação política digital visite conteúdos como os disponíveis em marketing digital político - estratégias práticas para eleições, onde são discutidas táticas atuais para engajamento e crescimento de base.


Os desafios da comunicação de mandatos e a continuidade


Algo que sempre falo a meus clientes, e que aprendi na prática, é que o trabalho do especialista em comunicação política não termina com a eleição. Se o candidato vence, inicia-se um novo desafio: a comunicação do mandato. Isso envolve prestação de contas, proximidade continuada com a população, escuta ativa das críticas, defesa de posições e fortalecimento da legitimidade.

Muitos deslizes de reputação acontecem nesse momento pós-eleitoral, quando há relaxamento na comunicação ou quando a narrativa de campanha não se mantém alinhada ao trabalho de gabinete. Fortalecer mandatos exige presença constante, redes ativas e diálogo frequente com todos os elos da base. Costumo sugerir que gestores e equipes conheçam práticas inovadoras, que abordo frequentemente nos conteúdos do blog da Communicare e nas páginas sobre estratégias digitais em campanhas e mandatos.


Como escolher um consultor de comunicação política


Sei que muitos candidatos, presidentes de conselhos e lideranças sindicais têm dúvida sobre como selecionar quem vai pilotar sua comunicação. Eu já fui chamado em cima da hora para “salvar” campanhas que estavam desandando por escolhas mal feitas nesse campo.

Esses pontos costumam nortear uma boa definição:

  • Experiência em campanhas reais, especialmente com resultados auditáveis.

  • Boa relação interpessoal, afinal, este profissional vai lidar com diferentes públicos e egos.

  • Conhecimento prático de gestão de crises, moderação de redes e compliance.

  • Visão técnica, mas capacidade de traduzir conceitos complexos para a linguagem do eleitor comum.

  • Transparência na negociação de valores e processos, desconfie de promessas milagrosas.

Na minha perspectiva, investir nesse profissional é uma escolha estratégica tanto para quem busca vencer eleições quanto para quem deseja fortalecer sua atuação institucional a médio e longo prazo.


Conclusão: atuação estratégica rumo às eleições de 2026


Chegando ao fim deste artigo, reforço: a atuação do marqueteiro político nas eleições de 2026 será cada vez mais integrada, baseada em dados, sensível à narrativa do território e tecnicamente atualizada. Saber articular o digital, construir alianças, enfrentar crises e contar histórias transformadoras está no centro das campanhas de sucesso.

Se você quer discutir caminhos mais efetivos, desenvolver uma comunicação eleitoral ou institucional inovadora, ou está em busca de orientações para fortalecer sua base, convido a acessar nossos conteúdos sobre estratégias de campanha eleitoral 2026 e 2028 e também nossa consultoria de marketing político. Deixe seus dados no formulário de contato do site, será um prazer ouvi-lo e colaborar com seu projeto. Na Communicare, temos orgulho de unir inovação, experiência e resultados concretos para lideranças que desejam transformar a política brasileira. Estamos prontos para pensar, planejar e agir ao seu lado.


Perguntas frequentes sobre marqueteiro político



O que faz um marqueteiro político?


O marqueteiro político, ou consultor de estratégias eleitorais, planeja, executa e monitora toda a comunicação de campanhas eleitorais. Ele atua desde o diagnóstico do cenário até a definição de públicos, passando pela criação de mensagens, gestão de crise, roteirização de conteúdos e análise de resultados. O objetivo é alinhar discurso, imagem pública e ações para aumentar o engajamento e conquistar votos.


Como contratar um bom marqueteiro para campanhas?


Procure profissionais com experiência comprovada, portfólio real, boa capacidade de relacionamento e atualização constante sobre tendências digitais e regras eleitorais. Indicações de outros candidatos ou instituições ajudam. Recomendo sempre dialogar abertamente, definir metas claras e formalizar todas as condições de trabalho. Para quem busca especialistas focados no contexto brasileiro, a equipe da Communicare pode ser o parceiro ideal, oferecendo consultoria personalizada e estratégias inovadoras.


Quanto custa contratar um marqueteiro político?


Os valores variam conforme a dimensão da candidatura, escopo de trabalho, duração do projeto e estrutura da equipe envolvida. Em geral, campanhas para prefeituras de médio porte já demandam investimentos consideráveis, que podem ser repassados em honorários fixos e/ou porcentuais sobre o orçamento da campanha. É importante equilibrar custo com resultado, evitando propostas muito abaixo do mercado, que geralmente entregam pouco valor. O melhor caminho é conversar, entender os objetivos e montar um plano compatível com a realidade da candidatura ou entidade.


Vale a pena investir em marketing político?


Sim, investir em comunicação política estruturada aumenta a visibilidade, fortalece a credibilidade e potencializa o alcance de propostas e valores. O eleitor está cada vez mais informado e criterioso, por isso campanhas amadoras, sem planejamento, tendem a perder espaço para estratégias profissionais. O investimento traz retorno em votos, reputação e construção de mandato sólido.


Quais estratégias o marqueteiro usa nas eleições?


O profissional responsável por campanhas eleitorais utiliza diferentes ferramentas: pesquisas quantitativas e qualitativas, análise de cenário, definição de público-alvo, segmentação de mensagens (microtargeting), gestão de redes sociais, storytelling, monitoramento da reputação, impulsionamento digital, eventos presenciais e construção de narrativa de campanha. Tudo isso integrado a um acompanhamento rigoroso de resultados e rápido ajuste de rota conforme as mudanças de cenário e humor do eleitorado. Para aprofundar seu conhecimento, sugiro acessar conteúdos da Communicare sobre agência de marketing político e estratégias para eleições.

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