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Como criar grupos segmentados para mobilização eleitoral

  • Carlos Junior
  • 18 de out.
  • 9 min de leitura

A criação de grupos segmentados para a mobilização eleitoral, especialmente no cenário brasileiro, é tanto um desafio quanto uma oportunidade. Em meio a um eleitorado de mais de 156 milhões de pessoas, como mostra pesquisa da FGV sobre publicidade eleitoral nas redes sociais, personalizar estratégias é o caminho mais direto para o engajamento real. Nós, da Communicare, acompanhamos de perto as tendências, tecnologias e boas práticas que transformam comunicação política em resultados tangíveis. Neste artigo, vamos compartilhar nosso ponto de vista prático e estratégico, exemplificando cada passo para a formação de grupos segmentados que realmente mobilizam eleitores.


O que é segmentação eleitoral e por que pensar nisso?


Quando se fala em mobilização digital e presencial, estamos, antes de tudo, discutindo como ser ouvido em meio ao ruído. Segmentação eleitoral é dividir o grande público em grupos menores, mais homogêneos, para transmitir mensagens sob medida e ampliar o engajamento. Isso significa criar abordagens específicas, tanto para comunidades urbanas quanto rurais, jovens ou idosos, profissionais liberais ou lideranças de bairro.

Parece simples, e até é, quando aplicado com método. Ao adotar a segmentação, multiplicamos a força do contato, reduzimos desperdício de energia e melhoramos os índices de mobilização por mensagem enviada, reunião convocada ou conteúdo publicado.

Falar para todos, na prática, normalmente significa não ser ouvido por ninguém.

Segundo estudo da FGV que analisou campanhas políticas nas redes sociais, candidatos que souberam usar temas adaptados ao perfil do seu público, como educação, segurança pública ou políticas sociais, tiveram desempenho mais sólido justamente por entenderem quem estavam mobilizando.


Entendendo seu público: o primeiro passo para segmentar


Antes de pensar na tecnologia ou nos meios, é preciso conhecer quem se deseja mobilizar. Uma mobilização eleitoral eficaz parte de perguntas sinceras:

  • Quem são os eleitores estratégicos para nosso projeto?

  • Onde residem, quais causas defendem, o que pensam?

  • Preferem comunicação rápida via aplicativo ou reuniões presenciais?

Coletar e cruzar respostas a essas perguntas gera o mapa inicial de segmentação.

Nosso processo parte de bancos de dados públicos (como o TSE), cruzamento com pesquisas de opinião locais e experiências prévias. A pesquisa, como a realizada pela USP ao monitorar as eleições municipais de São Paulo, revela a grande disparidade digital entre candidatos e a força da base conectada.


Principais categorias de segmentação


  • Demográfica: Gênero, faixa etária, escolaridade, ocupação.

  • Geográfica: Região, bairro, zona eleitoral.

  • Sociocultural: Grupos minorizados, práticas religiosas, interesses específicos.

  • Comportamental: Participação prévia, engajamento online, presença em reuniões, opinião registrada em pesquisas.

Esse esforço de entendimento é contínuo. Do cadastro inicial à coleta de feedback pós-evento, conhecer o público é sempre uma jornada, nunca ponto final.


Ferramentas e plataformas para organizar grupos segmentados


Uma vez definidos os segmentos prioritários, é hora de escolher onde e como reunir essas pessoas. O leque de possibilidades é vasto: de grupos de WhatsApp especializados a listas de e-mail, comunidades no Facebook, canais de Telegram ou até grupos presenciais organizados por coordenadores de bairro.

Consultamos frequentemente recursos sobre o uso de redes, como nosso guia sobre como usar Facebook e WhatsApp para campanhas eleitorais. Abaixo, pontuamos características práticas das principais ferramentas:

  1. WhatsApp: Acesso rápido à base.

  2. Permite subdivisão em grupos temáticos e listas de transmissão.

  3. Lideranças comunitárias podem atuar como moderadores.

  4. Telegram: Suporte a grupos com número amplo de membros.

  5. Ferramentas para enquetes e notificações segmentadas.

  6. Facilidade na integração com outros canais.

  7. Facebook: Ótimo para grupos públicos e fechados com recursos de moderação.

  8. Integração com eventos e publicações temáticas.

  9. Alcance potencial ampliado por algoritmos de engajamento.

  10. E-mail marketing: Eficiência na disseminação de conteúdos informativos regulares.

  11. Segmentação automática baseada em listas ou tags.

  12. Excelente para acionar grupos com perfil informativo ou institucional.

É importante não depender de só um canal de comunicação. Em nossas experiências, combinamos grupos digitais com encontros presenciais, garantindo que a mensagem chegue a quem tem mais dificuldade de acesso digital.


Criação na prática: como formar grupos segmentados de verdade


Formar grupos segmentados não acontece em um clique. É um processo, que deve ser conduzido de forma estratégica e delicada – afinal, estamos lidando com pessoas e suas expectativas.


Passo a passo para criar grupos segmentados para mobilização eleitoral


  1. Defina claramente os objetivos de cada grupo. É para engajamento nas redes, mobilização local, apoio em eventos, debate de propostas?

  2. Liste os critérios de segmentação. O ideal é que cada grupo tenha homogeneidade em algum aspecto: todos moradores de uma região, todos ligados a determinada causa, todos jovens, etc.

  3. Faça triagem dos contatos e crie convites personalizados. Mensagem de convite deve apresentar o propósito do grupo e as regras. O convite personalizado diminui rejeição.

  4. Nomeie moderadores ou lideranças para conduzir as conversas. Isso traz pertença e evita que o grupo “fique solto”.

  5. Ofereça conteúdos, pautas e atividades. Cada grupo precisa de uma rotina de estímulos: enquetes, lives, debates internos, chamadas para ação.

  6. Acompanhe e ajuste. Observe nível de engajamento, conflitos e feedbacks. A segmentação é viva: pode ser que grupos se dividam, outros se fundam, outros encerrem.

Na prática, os grupos devem se sentir pertencentes a uma causa ou proposta coletiva. Não é só juntar nomes: é criar laços de confiança e diálogo.

Grupos segmentados prosperam quando têm propósito e sentem-se ouvidos.

Segmentação e participação de grupos minorizados


No estudo conduzido pela Clínica de Políticas de Diversidade da FGV, identificamos que a mobilização de grupos minorizados passa pela forma como suas demandas são acolhidas e representadas, inclusive na comunicação digital. É comum, por exemplo, que mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência apresentem pautas específicas e exijam espaços seguros de escuta e mobilização.

Por isso, considerar esse tipo de recorte não só amplia a base, mas fortalece a legitimidade da mobilização eleitoral. Desenvolver grupos segmentados que acolhem recortes de diversidade é também estratégico para inovação narrativa e crescimento em núcleos pouco explorados pela maioria dos projetos políticos.


Microtargeting: segmentação avançada em campanhas eleitorais


Microtargeting é uma tendência cada vez mais forte em campanhas. Significa chegar a grupos tão específicos que se moldam quase como círculos privados de influência: síndicos de condomínios, profissionais de determinadas categorias, e até mesmo recortes religiosos ou temáticos.

Graças a ferramentas digitais, hoje conseguimos pegar dados comportamentais, históricos e opiniões e usá-los para gerar mensagens milimetricamente adaptadas.

Mas destacamos: quanto mais específico é o grupo, mais sensível deve ser a abordagem. Microtargeting é poderoso, mas exige ética, privacidade e transparência.

Recorrendo ao estudo sobre anúncios de candidatos e partidos nas redes sociais, vemos que crescimento do microtargeting traz debates sobre transparência e o dever de informar o eleitor sobre o motivo de estar recebendo determinado conteúdo. Isso faz diferença no convencimento e no respeito à legislação eleitoral.


Engajamento e ativação de grupos segmentados


A criação dos grupos não basta, se faltar engajamento. A ativação passa por:Oferecer informações exclusivas e relevantes para cada grupo.Ouvir ativamente, acolher sugestões e críticas.Valorizar publicamente as iniciativas vindas dos grupos.Propor desafios e missões (compartilhamento de conteúdo, apoio em eventos, mobilização de novos membros).Agradecer frequentemente e celebrar conquistas.

Já utilizamos, por exemplo, roteiros semanais de interação, com dicas específicas em nosso material sobre estratégias digitais para impactar eleitores. E funcionou melhor do que campanhas genéricas.

Quando o grupo sente conquista coletiva, a mobilização vira efeito dominó.

Exemplos reais: segmentação nas últimas eleições


O cenário das eleições municipais de São Paulo em 2024, monitorado pelo ICMC-USP, trouxe para debate a presença massiva de determinados candidatos nas redes, atingindo números muito acima dos concorrentes. Mas, mais relevante que um número bruto, foi a criação de comunidades segmentadas, preparadas para responder, comentar e compartilhar de forma coordenada.

Há casos em campanhas municipais no interior do Brasil, em que grupos de WhatsApp por bairro garantiram quórum em plenárias e asseguraram o debate pautado em demandas locais. Ou, em eleições de conselhos profissionais, onde a segmentação por especialidade fortaleceu o engajamento de bases normalmente apáticas.

Também observamos que campanhas que investem em segmentação de comunidades religiosas, esportivas ou culturais conseguem, de maneira mais natural, inserir o debate eleitoral na rotina desses públicos, aumentando a chance de mobilização espontânea.


Desafios, riscos e limites do modelo


Nem tudo são flores. Criar grupos segmentados exige lidar com algumas questões:

  • Equilíbrio entre segmentação e exclusão: há sempre o risco de deixar públicos importantes de fora se os segmentos forem mal definidos.

  • Privacidade e proteção de dados: essencial seguir as diretrizes da LGPD e garantir consentimento para inserção em grupos digitais.

  • Sobrecarga e dispersão: excesso de grupos torna difícil o acompanhamento, tanto para equipe quanto para os membros.

  • Adaptabilidade: dinâmicas mudam rapidamente; segmentos eficazes hoje podem não funcionar amanhã.

Outro aspecto é o impacto de medidas institucionais. Segundo análise publicada pela USP sobre recadastramento biométrico, mudanças institucionais e tecnológicas podem interferir na participação de alguns grupos, o que também deve orientar ajustes constantes no perfil dos segmentados.


Como medir o desempenho de grupos segmentados?


Para responder se o esforço está valendo a pena, usamos algumas métricas práticas:

  • Número de participantes ativos por grupo.

  • Taxa de resposta às mensagens e chamadas para ação.

  • Tráfego para eventos presenciais vindos dos grupos digitais.

  • Feedback espontâneo e sugestões trazidas.

  • Nível de engajamento (comentários, reações, compartilhamentos).

  • Conversão em votos ou apoio político efetivo.

Essas métricas, combinadas, indicam muito mais do que um relatório quantitativo. Elas materializam o pulso da mobilização. Inclusive, auxiliamos diferentes projetos a mensurar com precisão os efeitos da segmentação em campanhas eleitorais de sucesso.


Como inovar nas próximas eleições: tendências e perspectivas


O universo político brasileiro ainda está só no início da transformação digital. Vemos crescer o interesse por IA, automação de grupos, análise comportamental e gamificação como formas de estimular novos públicos a engajar e entrar para os times de mobilização.

Diversidade também entra no radar de inovação, como já detectado em estudos recentes. O potencial de micro-influenciadores e representantes locais pode mudar drasticamente campanhas em contextos com recursos limitados e enorme necessidade de capilaridade, como será nas próximas eleições de 2026 e 2028.

A segmentação bem construída hoje ajuda a construir a reputação, ampliar bases e consolidar lideranças para o futuro.

Em nosso trabalho na Communicare, os resultados reais vêm do olhar estratégico unido ao tratamento humano: cada eleitor é, antes de tudo, uma pessoa que pode pertencer e influenciar.


Conclusão: fortalecer a mobilização eleitoral com inteligência e proximidade


Ao compartilharmos nosso método de criação de grupos segmentados, esperamos que fique claro: a mobilização eleitoral eficiente nasce da soma entre estratégia, respeito pelo público e adaptação contínua às mudanças do cenário político brasileiro. A segmentação permite ir além do “panfletar digital”, criando verdadeiros laços entre líderes, equipes e eleitores – seja em bairros pequenos, sindicatos, conselhos ou grandes cidades.

A Communicare se posiciona como uma agência referência justamente pela combinação de visão estratégica, ética e proximidade ao contexto nacional. Ampliar a visibilidade e conectar-se verdadeiramente com diferentes eleitorados é um desafio, mas estamos prontos para criar soluções sob medida.

Caso esteja planejando uma campanha, o fortalecimento de mandatos, ou a defesa de causas, entre em contato conosco pelo formulário da Communicare. Temos a experiência, a equipe e os recursos certos para criar grupos segmentados que transformarão sua mobilização política, sindical ou institucional.


Perguntas frequentes sobre grupos segmentados para mobilização eleitoral



O que é um grupo segmentado?


Grupo segmentado é aquele formado por pessoas que compartilham características em comum – seja um interesse, localidade, profissão ou perfil demográfico – e que recebem comunicação específica e adaptada a suas demandas. Na política e em campanhas, eles tornam as mensagens mais efetivas e aumentam o engajamento, porque tratam de assuntos relevantes para aquele grupo. Por isso, são essenciais em estratégias modernas de mobilização eleitoral.


Como criar grupos para eleições?


Para criar grupos eficazes para mobilização eleitoral, começamos definindo o objetivo daquele grupo (mobilização local, fortalecimento de base, defesa de pauta específica). Em seguida, usamos critérios claros de segmentação (idade, gênero, localidade, afinidade com causas). A formação pode ser digital (WhatsApp, Telegram, Facebook) ou presencial (reuniões, núcleos de bairro). Sempre recomendamos convite personalizado, regras claras e moderação ativa. Para campanhas mais estruturadas, sugerimos usar ferramentas que permitam automação e coleta de dados, respeitando a legislação vigente.


Quais as vantagens da segmentação eleitoral?


Segmentação eleitoral aumenta a eficácia da mobilização, pois aprofunda a comunicação com cada grupo de interesse, reduz ruídos, minimiza desperdício de recursos e fortalece senso de pertencimento dos eleitores. Além disso, permite campanhas mais éticas, respeitando limites de privacidade e atendendo as reais demandas de cada recorte do eleitorado. Também facilita a análise de dados e aprimora o ajuste das mensagens ao longo das etapas da campanha.


Onde encontrar ferramentas para segmentar grupos?


Ferramentas digitais como WhatsApp, Telegram e Facebook Groups facilitam a segmentação inicial. Existem ainda softwares de e-mail marketing, planilhas dinâmicas e plataformas especializadas em gestão de contatos e automação. O ideal é adaptar as soluções ao porte e objetivo do projeto. No contexto brasileiro, considerar a diversidade tecnológica do público também é fator-chave. Nós, da Communicare, avaliamos as melhores opções caso a caso para criar ecossistemas de mobilização robustos e seguros.


Segmentar grupos aumenta a mobilização?


Sim, estudos e experiências práticas mostram que grupos segmentados geram mobilização mais rápida e consistente. Quanto mais personalizado o conteúdo e maior o vínculo do grupo com o projeto, mais pessoas se ativam e permanecem engajadas. A mobilização não só aumenta em quantidade, como também em qualidade, possibilitando maior conversão em apoio real nas fases determinantes da campanha.

Se quiser transformar o impacto da sua campanha ou mandato, fale com a Communicare pelo nosso formulário. Estamos prontos para ajudar!

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