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Como criar relatórios de impacto para prestação de contas eleitorais

  • Foto do escritor: João Pedro G. Reis
    João Pedro G. Reis
  • 10 de nov.
  • 9 min de leitura

Ao longo dos meus anos de atuação em campanhas políticas, percebi que um dos grandes diferenciais para o sucesso e transparência das candidaturas é a capacidade de apresentar relatórios de impacto claros, consistentes e alinhados à legislação. Muito além de simples resumos financeiros ou tabelas com números, esses relatórios se tornaram peça-chave para a credibilidade de candidatos, partidos e entidades, além de servirem como instrumento estratégico para avaliação e tomada de decisão durante o processo eleitoral.

Com base em minha experiência como Diretor Executivo da Communicare, agência referência nacional em comunicação política, institucional e digital, reuni neste artigo um passo a passo prático para quem precisa estruturar e entregar relatórios de impacto voltados para a prestação de contas eleitoral, considerando as exigências da Justiça Eleitoral e as melhores práticas do segmento.

Relatório bem feito transmite confiança e fortalece a sua imagem.

A importância dos relatórios para prestação de contas


Antes de avançar nos detalhes técnicos, é fundamental compreender por que relatórios de impacto são tão relevantes. O Tribunal Superior Eleitoral exige que todas as campanhas apresentem periodicamente documentação detalhada sobre receitas, despesas e origem dos recursos aplicados (TSE informou que nas Eleições de 2022 85,80% dos candidatos (24.986 de mais de 29 mil) enviaram a primeira parcial da prestação de contas dentro do prazo). Em outros estados, como Tocantins e Pernambuco, o rigor no controle e a obrigatoriedade de envio dos dados são igualmente expressivos, conforme mostram os números das últimas apurações (no Tocantins, nas Eleições de 2022, 88% dos candidatos enviaram a primeira parcial da prestação de contas dentro do prazo; em Pernambuco, em 2024, foram apresentadas mais de 15 mil prestações de contas).

Esses relatórios são, portanto, mais do que uma obrigação legal. Eles servem para:

  • Evitar questionamentos jurídicos e penalidades.

  • Prestar contas ao eleitor e à sociedade, transmitindo transparência.

  • Guiar ajustes estratégicos na campanha, ao revelar o real retorno das ações.

  • Fortalecer a relação com apoiadores e financiadores, já que demonstram gestão responsável dos recursos.

Por esse motivo, costumo afirmar aos clientes da Communicare: um relatório bem elaborado é seu melhor cartão de visitas diante da Justiça Eleitoral, dos apoiadores e do público em geral.


Primeiros passos: planejamento e organização das informações


No início da campanha, sugiro sempre organizar antecipadamente os fluxos de coleta e armazenamento das informações. Não confie apenas em controles manuais ou em planilhas separadas de vários assessores.

Monte um checklist dos dados que devem ser registrados, com base nas exigências do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais. Tenha em mente:

  • Receitas: valores arrecadados, origens (doações, fundo partidário, recursos próprios etc.), datas, comprovantes.

  • Despesas: serviços contratados, datas, responsáveis, notas fiscais, recibos.

  • Materiais de campanha: pedidos, entregas, distribuição, estoque e destinação após a campanha.

  • Contratações: relação de prestadores de serviço, contratos, folha de pagamento e encargos.

  • Repasses internos: transferências entre contas de campanha, valores para diretórios e coligações.

Quando o fluxo de dados é estruturado desde o início, os relatórios de impacto se tornam ferramentas rápidas e confiáveis.


Componentes essenciais do relatório de impacto


Na prática, um relatório de impacto precisa ir além do básico exigido por lei. Precisa demonstrar, com clareza e dados objetivos, quais ações comunicacionais ou estratégicas trouxeram resultados palpáveis à campanha. Em meus projetos e na metodologia da Communicare, sigo uma estrutura que pode ser adaptada para diferentes realidades. Recomendo a seguinte composição:

  1. Resumo executivo Apresenta de forma simples o objetivo do relatório, o período analisado e os principais resultados alcançados. É o local ideal para a liderança compreender rapidamente se a campanha está no caminho certo.

  2. Descrição das atividades realizadas Detalhamento das principais ações de comunicação, mobilização, eventos públicos, peças criadas, ações digitais e atendimentos. Sempre identifique objetivo, público-alvo e equipe responsável.

  3. Análise dos resultadosApresente dados mensuráveis: alcance de público, engajamento, doações recebidas, evolução de menções nas redes, audiência em eventos, cobertura de mídia e outros indicadores relevantes. Mostre comparativos semanais ou do período analisado.

  4. Retorno sobre os investimentos Demonstre de que forma cada real investido ajudou a impulsionar resultados objetivos. Ferramentas como as oferecidas pela Communicare, demonstram como mensurar o retorno das ações de comunicação sindical e de base (como comprovar retorno do investimento em comunicação sindical).

  5. Quadro-resumo financeiro Exponha receitas e despesas, discriminando valores, datas, origens e destinos, de forma visual e acessível. Use gráficos e tabelas, mas sempre com explicação para facilitar o entendimento por parte dos leitores menos técnicos.

  6. Evidências documentais Inclua anexos digitalizados (notas fiscais, recibos, contratos, prints de postagens, relatórios de mídia, fotos de eventos). A documentação é imprescindível para comprovação perante a Justiça Eleitoral.

  7. Conclusões e recomendações Com base nos resultados, traga diagnósticos, pontos de melhoria, sugestões de ajuste nos rumos da campanha. Isso evidencia profissionalismo e preparo.

Dados bem apresentados viram argumento forte e incontestável.

Como apresentar indicadores de impacto reais?


Na minha rotina, vejo ainda muitos relatórios que pecam por excesso de informações genéricas. Não basta dizer que "a campanha alcançou muita gente" ou "os investimentos em redes se pagaram".

É fundamental escolher indicadores alinhados aos objetivos estratégicos da candidatura ou projeto político-institucional. Aqui estão algumas sugestões práticas que costumo aplicar nos relatórios da Communicare:

  • Engajamento digital: evolução do número de seguidores, comentários, curtidas, compartilhamentos e menções positivas.

  • Alcance de eventos: número de participantes confirmados, presença real versus expectativa, perfil do público.

  • Reconhecimento de marca: pesquisa de opinião, citações em imprensa, crescimento espontâneo do nome do candidato.

  • Captação de recursos: novas doações após ações pontuais, públicos que se engajaram após determinados conteúdos.

  • Sentimento do eleitorado: sentimento positivo/negativo das menções em redes, possível por ferramentas de monitoramento de sentimento em eleições de base.

  • Eficiência de mídia paga: custo por engajamento, lead ou voto estimado, e ROI das campanhas digitais.

Uma boa prática: amarre cada indicador a uma ação específica, mostrando de forma clara o que funcionou e o que pode ser ajustado.


Anexos e evidências: o que nunca pode faltar


No contexto eleitoral brasileiro, nada sustenta melhor um relatório do que provas organizadas e facilmente localizáveis. Costumo dizer: "O anexo é a sua blindagem". Sempre recomendo incluir:

  • Notas fiscais digitalizadas e comprovantes de pagamento de todos os serviços contratados.

  • Capturas de tela de perfis sociais e publicações de maior relevância, especialmente ações impulsionadas.

  • Fotos de materiais impressos e eventos, preferencialmente com identificação de data e local.

  • Relatórios de fornecedores, com datas, quantidades, nomes dos responsáveis e assinatura digital quando possível.

  • Contratos e recibos, mesmo para microserviços ou prestação de serviço voluntário.

No relatório de impacto, cada documento é um tijolo na construção da sua credibilidade.

Diagramação e clareza visual: torne o relatório fácil de entender


Já vi muitos relatórios serem ignorados por falta de organização visual. Por isso, invisto sempre em uma diagramação limpa, intuitiva e com elementos gráficos que ajudem o leitor a compreender, em poucos minutos, onde está cada dado. Algumas dicas que aplico nos relatórios para nossos clientes:

  • Use gráficos de barras, linhas e pizza para resumir números importantes.

  • Adote uma paleta de cor que relacione a campanha aos valores defendidos pelo candidato ou entidade.

  • Destacar indicadores positivos em verde e negativos ou pontos de atenção em amarelo e vermelho.

  • Se possível, crie “infoboxes” com resumos rápidos de resultados em cada seção do relatório.

  • Inclua sumário e índice, facilitando a navegação entre diferentes capítulos.

Essas soluções, quando alinhadas com padrões técnicos e comunicação acessível, transformam o relatório de impacto em ferramenta para engajar também o próprio time.


Cuidados especiais com dados sensíveis e legislação


É meu dever reforçar que todos os dados inseridos nos relatórios devem obedecer não só à legislação eleitoral, mas também à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), especialmente quando houver informações de doadores, prestadores de serviço ou cidadãos identificáveis.

O ideal é anonimizar informações pessoais sensíveis quando o relatório for compartilhado publicamente ou em sistemas abertos como o DivulgaCandContas. E, sempre que possível, garanta o consentimento do titular dos dados.


Relatórios de impacto para entidades e sindicatos


Além do contexto eleitoral puro, entidades sindicais, conselhos profissionais e associações também têm buscado relatórios de impacto como rotina na prestação de contas de suas ações. Aqui, a metodologia da Communicare se reaplica com alguns ajustes:

  • Inclua resultados de mobilização das bases, participação em assembleias, crescimento de cadastros e adesões.

  • Traga, sempre que possível, tracking de avanços sindicais e indicadores vinculados a campanhas de comunicação sindical, o que agrega valor à prestação de contas.

O efeito do engajamento é multiplicador, e os relatórios mostram cada etapa dessa jornada.

Boas práticas e erros a evitar


Com base em erros frequentes observados ao longo dos anos, posso listar o que considero principais armadilhas na construção de relatórios de impacto para prestação de contas eleitoral:

  • Apresentar apenas dados “brutos”, sem análise de contexto nem mensuração de impacto.

  • Desprezar os anexos comprobatórios, confiando só em relatos verbais.

  • Confundir quantidade com qualidade: volume de publicações nem sempre significa engajamento real.

  • Ignorar a proteção de dados pessoais, expondo informações sensíveis sem necessidade.

  • Entregar documentos desorganizados, sem sumário ou separação lógica das seções.

  • Não utilizar sistemas de monitoramento de reputação online, deixando de captar crises ou oportunidades citadas nas redes.

  • Deixar para última hora, tornando todo o processo mais sujeito a erros e esquecimentos.

Relatório feito às pressas quase nunca cumpre seu papel.

Dicas finais para a entrega do relatório perfeito


Já presenciei campanhas que enfrentaram dores de cabeça por pequenos detalhes esquecidos em relatórios de impacto. Por isso, reforço alguns pontos fundamentais:

  • Revise o relatório com uma pessoa que não participou diretamente da elaboração, garantindo clareza e lógica.

  • Garanta padronização visual e textual ao longo de todo o documento.

  • Inclua sempre datas, nomes, funções e contatos dos responsáveis por cada informação chave.

  • Salve o relatório em múltiplos formatos (PDF, Word, físico) e tenha uma versão assinada digitalmente quando possível.

  • Documente e indexe os anexos em uma nuvem segura, liberando acesso conforme o perfil do leitor (público, interno, jurídico).

  • Crie uma rotina de atualização periódica, evitando acúmulo de dados e informações no momento final da entrega à Justiça Eleitoral.


Como estruturar links, acessos e monitoramento digital?


Em tempos de comunicação política digital, inserir links internos e referências digitais torna o relatório mais interativo e ágil. Recomendo organizar seus materiais conforme técnicas de estruturação de links internos em comunicação política digital, facilitando a navegação da equipe e da fiscalização. Além disso:

  • Utilize dashboards online protegidos por senha para compartilhamento de versões dinâmicas do relatório.

  • Inclua QR codes para anexos digitais e vídeos-resumo, aumentando o engajamento dos leitores.

  • Mantenha sempre registros de acesso, para garantir auditoria e integridade das informações prestadas.


Conclusão: impacto que vai além do papel


Um relatório de impacto para prestação de contas eleitoral, quando bem elaborado, supera a barreira burocrática e se torna ferramenta estratégica para campanhas, entidades e mandatos. Ele conecta gestores, militantes e eleitores em torno de um objetivo comum: a transparência, o profissionalismo e a confiança no processo político brasileiro. Dentro da Communicare, vejo dia após dia como uma boa prestação de contas não apenas evita problemas, mas gera valor, fortalece reputações e baliza decisões assertivas.

Se você busca ir além da obrigação legal e almeja transformar o seu relatório em diferencial competitivo e reputacional para sua candidatura ou entidade, posso te ajudar. Convido você a conhecer nossas soluções em relatórios customizados, monitoramento digital e comunicação política integrada: preencha o formulário no site da Communicare e descubra como podemos gerar valor real para seu projeto!


Perguntas frequentes



O que é um relatório de impacto eleitoral?


Um relatório de impacto eleitoral é um documento estruturado que apresenta, de forma clara e fundamentada, os resultados das ações realizadas durante a campanha eleitoral. Ele inclui dados quantitativos (como receitas, despesas, alcance e engajamento) e qualitativos (como análise de impacto e retorno sobre os investimentos), sempre acompanhado de evidências documentais. Sua função é demonstrar o quanto as ações planejadas contribuíram para o objetivo final da candidatura, garantindo transparência e cumprindo exigências legais.


Como criar um relatório de impacto?


Para criar um relatório de impacto é preciso planejar a coleta de informações desde o início da campanha, organizar receitas e despesas, detalhar atividades, analisar resultados, anexar documentos comprobatórios e apresentar conclusões claras. A diagramação visual, o uso de gráficos e uma linguagem acessível facilitam o entendimento, tanto pelo público interno quanto externo. Recomendo sempre revisar os dados criteriosamente e garantir que todas as informações estejam de acordo com a legislação vigente.


Quais dados incluir no relatório de impacto?


O relatório de impacto deve conter: resumo executivo, descrição das atividades, análise dos resultados, retorno sobre os investimentos, quadro-resumo financeiro, evidências documentais, conclusões e recomendações. Entre os dados que costumo priorizar: receitas detalhadas, despesas discriminadas, indicadores de engajamento, resultados de eventos e campanhas digitais, sentimento da base, contratos, notas fiscais, comprovantes e anexos de ações que geraram maior retorno.


Para que serve o relatório na prestação de contas?


O relatório na prestação de contas serve para comprovar a regularidade dos atos de campanha e dar transparência ao uso dos recursos recebidos pela candidatura. Ele é fundamental para evitar penalidades, demonstrar boa gestão, fortalecer a imagem perante eleitores e financiadores e respaldar juridicamente cada ação desenvolvida ao longo do período eleitoral.


Quais erros evitar ao elaborar o relatório?


Evite dados genéricos, ausência de análise de resultados, falta de anexos comprobatórios, exposição indevida de informações sensíveis, desorganização visual, omissão de datas e nomes responsáveis, entrega de documentos incompletos ou fora do prazo. Um erro frequente é misturar dados de diferentes períodos ou não atualizar o relatório regularmente, o que prejudica a confiabilidade e pode gerar questionamentos junto à Justiça Eleitoral.

 
 
 

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