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Como implementar voto eletrônico auditável nas entidades em 2026

  • Foto do escritor: João Pedro G. Reis
    João Pedro G. Reis
  • 11 de nov.
  • 8 min de leitura

Sou João Pedro G. Reis, Diretor Executivo da Communicare. Ao longo dos meus anos acompanhando transformações na comunicação eleitoral e institucional, observei um tema ganhar tração: voto eletrônico auditável. Se em 2022 já víamos discussões acaloradas sobre transparência e segurança, para 2026 o cenário está ainda mais desafiador e, ao mesmo tempo, repleto de oportunidades para modernizar processos e fortalecer a confiança dos participantes em eleições de sindicatos, conselhos profissionais, associações e outras entidades representativas.

Quero compartilhar minha experiência e algumas orientações práticas sobre como implementar um sistema de voto eletrônico auditável, conciliando tecnologia, segurança jurídica, comunicação clara e integridade nos pleitos.

Confiança não é negociável em eleições – é pré-requisito.

Por que voto eletrônico auditável é um avanço para as entidades?


Antes de tratar de protocolos e tecnologia, preciso contar uma breve história. Em 2019, atendi uma entidade que, após décadas com urna física, enfrentou um pleito marcado por disputas, recursos e dúvidas sobre a apuração final. Bastou um questionamento para a confiança dos representados ruir. Foi ali que entendi, na prática, que a auditabilidade é o caminho para garantir respeito e legitimidade ao resultado das eleições.

O voto eletrônico auditável resolve três pontos-chave:

  • Reduz o risco de fraudes e dúvidas na apuração;

  • Agiliza o processo eleitoral, facilitando auditorias tanto internas quanto externas;

  • Amplia a participação, pois permite votos à distância sem expor a identidade dos votantes.

A própria estrutura do voto eletrônico auditável, segundo estudo do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, inclui práticas como a votação paralela, que simula lançamentos em urna teste para acompanhar a precisão do sistema real, fortalecendo a lisura eleitoral.


Como funciona o voto eletrônico auditável?


Em linhas gerais, voto eletrônico auditável é o mecanismo digital de votação que permite acompanhamento independente de todas as etapas – desde a coleta do voto, até o armazenamento seguro e a contagem dos votos, com trilhas transparentes para auditoria. Tudo isso sem ferir o sigilo e a liberdade do voto, que seguem protegidos por princípios constitucionais.

O processo auditável deve garantir quatro premissas básicas:

  • Os votos não podem ser ligados à identidade do eleitor;

  • Os registros devem ser protegidos contra alterações e vazamentos;

  • Qualquer parte do processo precisa ser auditável, inclusive por entidades externas e fiscais;

  • Erro ou fraude são detectáveis por mecanismos automáticos ou por amostragem humana (votação paralela, logs, recontagens virtuais).

Segundo auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União, o sistema brasileiro, inspiração internacional, possui seis etapas onde a auditabilidade é viável, cada uma delas acompanhada por entidades fiscalizadoras e com relatórios públicos de acompanhamento.


Etapas para implementar o voto eletrônico auditável


Nenhuma transformação ocorre da noite para o dia. Por isso, compartilho um roteiro prático, testado e adaptável a diferentes realidades institucionais:


1. Diagnóstico e definição de requisitos


Comece pelo levantamento das necessidades. Cada entidade tem demandas próprias de quantidade de eleitores, periodicidade dos pleitos e tipos de eleição (direta, indireta, chapas etc.).

Solução padrão raramente atende à totalidade das entidades.

Liste aspectos como:

  • Quantos votantes devem ser cadastrados?

  • Qual estrutura de apuração (interna, externa, mista)?

  • Haverá voto remoto, presencial ou híbrido?

  • Candidatos concorrem por chapas ou individualmente?

  • Precisam de turnos, quóruns diferenciados, votos em branco/nulo?

Esses pontos vão moldar a escolha da solução e os recursos necessários para treinamento e suporte.


2. Escolha da plataforma e especificação técnica


Com o diagnóstico em mãos, avance para a seleção da tecnologia. Em minha experiência acompanhando entidades diversas, indico que os critérios mínimos para um sistema de voto eletrônico auditável incluem:

  • Registro criptografado dos votos;

  • Geração de logs automáticos de cada etapa;

  • Relatórios em tempo real para entidades fiscalizadoras;

  • Teste de votação paralela (simulação de votos para aferir resultados);

  • Rastreamento de auditoria pós-pleito, com exportação dos dados de votação para análise independente;

  • Disponibilidade de suporte técnico ao longo do processo eleitoral.

Nunca subestime a importância da documentação técnica acessível para os envolvidos. Isso evita dúvidas, reduz a ansiedade dos participantes e serve de base para resoluções de impasses. Consultorias especializadas em assembleias virtuais podem ajudar na definição da melhor arquitetura tecnológica, inclusive testando incompatibilidades ou riscos antes do pleito real.


3. Segurança jurídica e regulatória


Tenho acompanhado entidades que simplesmente adotam soluções digitais sem considerar as normas internas e externas. O erro geralmente resulta em judicialização e anulação de resultados. Para prevenir, siga os seguintes passos:

  • Alinhe estatuto da entidade à possibilidade do voto digital, detalhando requisitos mínimos de segurança;

  • Solicite parecer jurídico sobre a conformidade da solução escolhida (com respaldo na LGPD e resoluções de conselhos/tribunais);

  • Mantenha publicadas as regras e datas do pleito em portal de comunicação oficial (trazendo previsibilidade e transparência);

  • Inclua o tema na pauta de assembleias prévias quando necessário.

Cada etapa do rito eleitoral precisa ser comunicada com clareza para evitar ruídos.

4. Comunicação e treinamento dos participantes


Muitas entidades, ao digitalizar as eleições, esquecem de informar, educar e treinar os envolvidos. Em minha vivência, esse é um erro frequente e com impacto direto na adesão.

O plano de comunicação deve incluir:

  • Materiais didáticos (vídeos, tutoriais, perguntas frequentes) sobre o processo digital;

  • Simulações ou treinos prévios para que todos experimentem o sistema antes do dia da eleição;

  • Central de suporte durante todo o período eleitoral para tirar dúvidas em tempo real;

  • Divulgação dos resultados e relatórios de auditoria de modo transparente e acessível.

Conteúdo como os do blog da própria Communicare é fonte constante para updates, tendências e orientações sobre comunicação digital eleitoral adaptada à legislação brasileira.


5. Auditoria, fiscalização e transparência


Talvez este seja o principal diferencial do voto eletrônico auditável: todo o processo pode (e deve) ser acompanhado por parte interessada ou auditor independente.

Recomendo incluir desde o início:

  • Fiscal responsável indicado por cada chapa ou grupo concorrente;

  • Auditoria digital independente, com checklist de etapas (desde pré-cadastro até totalização dos votos);

  • Relatórios públicos sobre funcionamento da plataforma, travas de segurança, backups e integridade;

  • Publicação dos logs de auditoria pós-eleição, respeitando o anonimato dos votantes.

Segundo o relatório de avaliação da sistemática eletrônica brasileira realizado pelo TCU, cada etapa pode ser auditada, com oportunidades de melhoria identificadas ao longo do processo, o que fortalece a confiança até mesmo dos grupos mais céticos.

Cito um conteúdo relevante da Communicare: Auditoria digital para garantir a lisura de eleições sindicais aprofunda os principais desafios e respostas sobre fiscalização efetiva na era digital.


Erros comuns e como evitá-los


Nesses anos à frente da consultoria, identifiquei falhas recorrentes:

  • Subestimar a preparação e o treinamento dos eleitores;

  • Falta de documentação detalhada sobre cada fase do processo eleitoral;

  • Ausência de auditoria independente, principalmente quando conflito de interesses está em jogo;

  • Desatenção à legislação específica do segmento (conselho, sindicato, associação);

  • Comunicação confusa ou incompleta, gerando boatos e judicialização;

  • Não revisar todo o fluxo simulando situações-limite: anulação de votos, invasão digital, erros de autenticação.

O artigo 5 sinais de fraude em eleições sindicais e como agir rápido mostra sinais de alerta que toda entidade deve monitorar – independentemente da tecnologia adotada.


Aspectos técnicos que não podem ser ignorados


Vou me aprofundar em pontos técnicos que costumo checar antes de recomendar qualquer sistema de votação:

  • O sistema utiliza autenticação em dois fatores para impedir acesso não autorizado?

  • Há backups automáticos e redundantes?

  • Os votos são armazenados de tal forma que não podem ser correlacionados ao usuário logado?

  • Toda movimentação na base de dados fica registrada em logs invioláveis?

  • Qual o procedimento em caso de falha técnica durante a votação (energia, internet, panes de servidor)?

Cada resposta determina a capacidade real da plataforma de entregar lisura. A escolha da arquitetura digital de comunicação sindical pode ser mais bem compreendida analisando conteúdos como arquitetura de comunicação sindical frente às mudanças de 2026.

Recomendo ainda que, antes do pleito real, ocorra ao menos uma simulação de eleição com todos os envolvidos, validando etapas e corrigindo qualquer falha identificada.


Vantagens do voto eletrônico auditável para o futuro


Baseando-me nos estudos do Tribunal de Contas da União, destaco que a consolidação do voto eletrônico auditável apresenta benefícios que vão além da agilidade da apuração:

  • Aumenta o número de eleitores participando do processo, ao eliminar barreiras físicas;

  • Reduz custos de logística, impressos e pessoal de apoio;

  • Acelera auditorias pós-eleição;

  • Permite customizar relatórios para diferentes níveis de fiscalização (internos e externos);

  • Diminui os índices de judicialização e contestações ao resultado;

  • Proporciona histórico detalhado para análise de melhorias futuras.

No cenário brasileiro, o voto eletrônico auditável é o caminho mais seguro para instituições que pretendem se modernizar com transparência, credibilidade e aceitação dos resultados.


Como preparar sua entidade para 2026?


Não espere a pressão do prazo legal ou o risco de impugnação para iniciar a transformação digital eleitoral. Cada etapa de preparação exige tempo de maturação dos envolvidos e testes preliminares. Recomendo:

  • Iniciar diálogos com especialistas em comunicação política e tecnologia desde já;

  • Avaliar exemplos de boas práticas e lições aprendidas de eleições anteriores;

  • Prototipar fluxos de comunicação, treinamento e simulação de auditorias;

  • Adaptar estatutos, atas e regulamentos para absorver o voto digital auditável de maneira clara;

  • Investir em capacitação contínua não só para a eleição, mas para toda a comunicação institucional digital da entidade.

A Communicare reúne experiência nacional, cases reais e análises estratégicas para orientar todo o processo de implementação, treinamento e auditoria, sempre pautada na legislação vigente e nas melhores práticas de engajamento e transparência.

Eleição transparente é a base de liderança legítima.

Considerações finais


Em 2026, o voto eletrônico auditável não será apenas tendência, mas exigência. Entidades que se preparam agora estarão prontas para garantir eleições justas, rápidas e indiscutíveis. Como Diretor Executivo da Communicare, acredito que transparência, comunicação bem estruturada e tecnologia andam lado a lado para entregar resultados realmente confiáveis.

Se sua entidade deseja fortalecer a governança, ampliar participação e evitar contestações, conte comigo e com o time da Communicare para apoiar sua jornada digital e construir eleições que inspirem confiança de ponta a ponta.

Preencha o formulário no site da Communicare e coloque sua entidade no caminho da modernidade, segurança e legitimidade. Transforme a experiência eleitoral dos seus representados e inspire novos padrões de excelência ao seu segmento.


Perguntas frequentes sobre voto eletrônico auditável em 2026



O que é voto eletrônico auditável?


Voto eletrônico auditável é um sistema de votação online em que todas as etapas, desde a coleta até a contagem dos votos, são registradas, protegidas e podem ser auditadas por entidades externas ou internas. Ele mantém o sigilo do voto e gera trilhas digitais que permitem a checagem posterior da integridade dos votos e do processo eleitoral, conforme indicam artigos e relatórios de órgãos como o Tribunal de Contas da União.


Como implementar voto eletrônico auditável?


Para implementar voto eletrônico auditável, é importante seguir algumas etapas: realizar diagnóstico das necessidades da sua entidade; escolher uma plataforma segura, preferencialmente com registro criptografado dos votos e logs automáticos; adaptar o estatuto e procedimentos para aceitar o voto digital; comunicar e treinar os participantes; e envolver auditoria independente. É essencial testar todas as fases antes da eleição real, como visto em recomendações do setor público (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo).


Quais as vantagens do voto auditável?


O voto auditável aumenta a transparência do processo eleitoral, reduz fraudes, agiliza apurações, permite auditoria independente e amplia a segurança jurídica e a confiança dos envolvidos. Além disso, pode ser realizado à distância, fomentando a participação dos representados, e reduz custos operacionais relacionados à logística tradicional.


Quem pode usar voto eletrônico em 2026?


Entidades representativas, sindicatos, conselhos profissionais, associações, cooperativas, clubes, conselhos regionais e federais, OAB e quaisquer órgãos colegiados ou deliberativos previstos em estatuto podem adotar sistemas de voto eletrônico auditável em 2026, desde que adequem seus regulamentos internos e sigam a legislação vigente. Recomendo sempre consultar especialistas para alinhar requisitos específicos ao segmento.


É seguro usar voto eletrônico auditável?


Sistemas de voto eletrônico auditável adotam mecanismos como criptografia, autenticação em múltiplos fatores, logs invioláveis e auditoria independente, trazendo elevados padrões de segurança. Além disso, estudos recentes do TCU e análises técnicas mostram que essas soluções são passíveis de fiscalização e auditagem em todas as etapas, desde que implementadas corretamente e com transparência.

 
 
 

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