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Quais dados coletar em pesquisas para fortalecer campanhas

  • Carlos Junior
  • 17 de out.
  • 9 min de leitura

Uma campanha política, institucional ou sindical que busca sucesso não pode desprezar a força dos dados. São eles que orientam estratégias, ajustam mensagens e apontam o caminho para o engajamento de públicos específicos. Mas, afinal, quais dados coletar em pesquisas para fortalecer campanhas? Nossa experiência na Communicare deixa claro: é preciso ir muito além da tradicional pesquisa sobre intenção de voto.

A cada eleição, o volume e a variedade de dados coletados aumentam. Só em 2022, o número de pesquisas eleitorais nacionais registradas foi 124% maior que em 2018, conforme explica o levantamento do Poder360. E toda essa evolução exige, de quem atua na linha de frente, domínio sobre o que perguntar, como perguntar e o que realmente importa medir.

Cabe a quem lidera campanhas modernas não só entender a teoria por trás da pesquisa, mas, principalmente, se apropriar dos dados certos para tomar decisões que, lá na frente, podem ser a diferença entre vencer e ser esquecido. Sem dados, navegamos no escuro, e nosso papel como agência de comunicação estratégica é garantir a você respostas precisas e acionáveis.


O papel dos dados em campanhas: mais do que números


Nada mais frustrante do que investir tempo e dinheiro em uma campanha e, ao final, não compreender por que a mensagem não colou, por que a base não engajou ou por que o adversário cresceu onde não deveria. Todas essas dúvidas têm respostas possíveis, nos dados coletados de modo inteligente.

A pesquisa de opinião é como um mapa: mostra onde estamos, onde queremos chegar e as melhores rotas a seguir. Isso vale para candidatos, presidentes de sindicato, lideranças de conselhos ou gestores públicos.

Mas só existe esse “mapa” se as perguntas adequadas forem feitas, no público certo, na hora certa. E se, do outro lado, soubermos interpretar e aplicar essas respostas de modo prático.

Os dados certos transformam intuição em estratégia.

Para quem acompanha a plataforma da Communicare sabe: não existe estratégia de engajamento eficiente sem amparo em dados de pesquisa. Por isso, vamos detalhar quais tipos de dados não podem faltar em um plano robusto de coleta para sua campanha.


Dados sociodemográficos: o ponto de partida


Em nossas consultorias, começamos sempre pelo óbvio, mas é incrível como o básico, às vezes, fica pelo caminho. E o ponto inicial é conhecer bem quem compõe o público alvo: idade, sexo, escolaridade, renda, profissão, zona urbana ou rural, entre outras variáveis.

  • Faixa etária predominante (em 2024, segundo dados do TSE, o maior grupo de eleitores tinha entre 35 e 44 anos)

  • Distribuição por gênero (52% mulheres, 48% homens, segundo o TSE)

  • Escolaridade e renda média

  • Profissão ocupada, tempo no emprego ou setor de atuação

  • Localização geográfica (bairro, município, zona)

  • Identidade étnica e origem regional

Estes dados não revelam apenas quem vota, mas ajudam na segmentação de discurso, na escolha dos meios de veiculação da mensagem e até na identificação de possíveis formadores de opinião locais.

Se não conhecemos em profundidade o perfil do público, dificilmente comunicamos de forma eficiente.


Dados comportamentais: atitudes, valores e hábitos


Saber quem é o público resolve apenas parte da equação. Conhecer valores, motivações e comportamentos amplia a capacidade de personalizar conteúdos, posicionamentos e propostas.

O padrão de consumo midiático (TV, rádio, digital, redes sociais), as principais fontes de informação consultadas e a frequência de uso desses canais devem ser mapeados por perguntas simples, porém objetivas.

  • Qual canal de comunicação preferem?

  • Quais temas consideram prioritários?

  • O que esperam de seus representantes?

  • Quem influencia decisões de voto?

  • Quais causas mobilizam mais profundamente?

  • Qual a percepção sobre ética e transparência na política?

Recentemente, em um projeto para um conselho profissional, identificamos que a base rejeitava comunicações muito técnicas feitas apenas pelo site institucional. O que mudou o cenário foi investir no WhatsApp e adaptar o vocabulário. Isso só foi possível graças ao entendimento dos hábitos de consumo midiático e de engajamento.

Uma boa fonte para estruturar esse tipo de levantamento pode ser o Guia prático de pesquisa de opinião para conselhos regionais, desenvolvido e testado pela nossa equipe.


Intenções e rejeições: mensuração do posicionamento


Muita gente ainda associa pesquisa apenas à intenção de voto. Esta métrica é central, de fato, mas precisa ser cruzada com outros sentimentos, como rejeição, potencial de mudança e conhecimento do candidato ou pauta.

  • Intenção: Em quem você votaria se a eleição fosse hoje?

  • Rejeição: Em quem você não votaria de jeito nenhum?

  • Conhecimento: Você já ouviu falar deste candidato?/sindicato?/conselho?

  • Potencial de voto: Poderia mudar seu voto?

  • Razões da escolha: Por que prefere esta opção?

Segundo o DataSenado, a transparência nessas perguntas, incluindo o detalhamento do universo amostral e método de coleta, impacta de forma direta a confiabilidade da pesquisa, e, claro, a segurança na tomada de decisões.


Questões específicas: temas sensíveis e mobilizadores


Não existe campanha igual à outra. Cada segmento, território e disputa possui questões centrais que mexem com os sentimentos do público. Por isso, recomendamos adaptar sempre um bloco de perguntas dedicado aos temas sensíveis para aquela base.

Por exemplo, em cidades onde saúde e transporte são problemas crônicos, dedique perguntas mais profundas sobre o impacto desses gargalos no cotidiano. Em sindicatos, investigue as reais demandas salariais, pressões no ambiente de trabalho ou inseguranças sobre o futuro.

Outro ponto relevante: o UOL Notícias argumenta que a ausência de dados atualizados compromete segmentos como religião, que influenciam intenções de voto. Por isso, quando o Censo oficial não traz recortes atuais, vale investir em perguntas próprias que tragam frescor à análise local.

É nessa hora que dados originais fazem diferença, permitindo microsegmentação e discurso de alta precisão.


Engajamento digital: mapeando interações e influências


No universo digital, o ritmo das campanhas mudou. Hoje, é possível medir, com grande precisão, o impacto de cada postagem, vídeo ou mensagem enviada. Dados de engajamento digital são fundamentais tanto na pré-campanha quanto durante disputas sindicais e institucionais.

  • Alcance das publicações nas redes sociais

  • Taxa de cliques (CTR) em links enviados

  • Tempo de permanência em vídeos e conteúdos interativos

  • Comentários e shares em postagens polêmicas ou mobilizadoras

  • Crescimento ou retração de seguidores em ciclos críticos

  • Interações em grupos de WhatsApp, Telegram ou fóruns privados

Essas informações, aliadas aos dados offline, constroem um retrato detalhado do público-alvo, permitindo microtargeting e estratégias direcionadas para fortalecer base e ampliar simpatizantes. Em nosso artigo inteligência artificial para fortalecer campanhas, abordamos como automatizar parte da coleta desses sinais digitais e transformar volume em inteligência aplicável.


Sentimento e percepção: a voz do público além dos números


Não basta medir intenções. Ouvir sentimentos e relatos subjetivos permite acessar camadas profundas de percepção sobre projetos, causas e candidaturas.

Questões abertas e mistas são aliadas poderosas:

  • O que você gostaria de mudar na sua entidade?

  • Como percebe a atuação do seu sindicato/conselho?

  • O que representa ‘ser representado’ para você?

Nessas respostas, muitas vezes, encontramos argumentos centrais para fortalecer uma campanha de posicionamento, desconstrução de adversários ou resgate de imagem institucional.

É um campo rico, que, geralmente, necessita de análise interpretativa, cruzando repetição de pontos sensíveis (clusters) ou utilizando ferramentas de análise de tendência (como mostramos neste artigo).


Metadados de pesquisa: o bastidor que faz diferença


Segundo o DataSenado, confiabilidade não se resume ao que se pergunta, mas também a como, quando e onde se perguntam as coisas.

  • Período de coleta

  • Número de entrevistados

  • Margem de erro e nível de confiança

  • Método (telefone, presencial, online)

  • Critérios de seleção da amostra

Esses detalhes são fundamentais para validar (ou questionar) resultados, garantir transparência e proteger a campanha de narrativas oportunistas.

A origem e a qualidade dos dados sustentam a credibilidade das pesquisas.

Segmentação e microtargeting: por que detalhar mais?


Ao estruturar um instrumento de pesquisa, não raro ouvimos a preocupação: até que ponto segmentar é uma boa estratégia? A resposta está nos objetivos de cada etapa da campanha.

Quando precisamos fortalecer a base, descobrir influenciadores, criar campanhas de convencimento ou desconstrução, segmentar é sinônimo de personalizar. A cada pergunta demográfica adicional, refinamos a estratégia de comunicação para “falar” com aquele público de maneira específica.

Algumas segmentações comuns em campanhas brasileiras:

  • Público jovem versus público sênior

  • Mulheres chefes de família

  • Comunidades religiosas

  • Setores produtivos (educação, saúde, construção civil, ruralistas etc.)

  • Moradores de áreas urbanas, periferias ou zonas rurais

No conteúdo sobre plano de comunicação política eficaz, detalhamos como cruzar recortes de pesquisa e adaptar o tom, o canal e o contexto para gerar engajamento real.


Dados para gerenciar crises: monitoramento contínuo


Crises de imagem são quase inevitáveis em ciclos eleitorais, sindicais ou mesmo em conselhos profissionais. O segredo está em agir rápido. Pesquisas internas de tracking, realizadas ao menor sinal de desgaste, antecipam problemas e orientam planos de contenção.

O que sugerimos monitorar:

  • Evolução da rejeição ao longo de semanas

  • Citações negativas e positivas em grupos de WhatsApp e redes sociais

  • Perda de influência em formadores de opinião regionais

  • Principais associações negativas (corrupto, ausente, omisso etc.)

  • Impacto do noticiário e de memes virais

Esse levantamento rápido reduz danos e embasa respostas certeiras em crises, como explicamos em gerenciamento de crises de imagem.


Como coletar dados de forma eficiente?


Coletar dados exige método. Para campanhas robustas, sugerimos três abordagens possíveis, a depender de verba, prazo e amplitude desejada:

  1. Levantamento presencial: questionários em campo, amostragem por bairro, abordagem em sindicatos, fábricas, feiras-livres ou eventos de entidades;

  2. Pesquisa telefônica: ligações com roteiro estruturado, rápida execução, maior abrangência;

  3. Instrumentos digitais: formulários no WhatsApp, e-mail, redes sociais e aplicativos próprios.

Conforme levantamento do Poder360, o crescimento das pesquisas por telefone reflete a busca por velocidade e capilaridade, mas deve-se atentar ao risco de exclusão digital.

Reforçamos a importância do monitoramento constante da coleta, com revisão amostral e rastreabilidade do campo. Troque informações estratégicas com a equipe de comunicação e correlacione os resultados com as métricas de engajamento digital.

Pesquisa não é retrato, é filme em movimento.

Cuidados no roteiro de perguntas: clareza, ética e objetivo


Tão importante quanto saber o que perguntar é formular perguntas claras, éticas e sem indução. Toda pesquisa demanda neutralidade, respeito à privacidade e rigor no tratamento das respostas.

  • Evitar perguntas duplas (“Você apoia aumento de salário e redução do tempo de trabalho?”)

  • Não sugerir respostas (“Você não acha importante aumentar a fiscalização?”)

  • Proteger o anonimato e garantir confidencialidade

  • Adequar o idioma à realidade do público entrevistado

Assim garantimos não apenas a legitimidade dos resultados, mas a segurança do projeto e o respeito à base envolvida.


O que fazer com os dados coletados?


De nada adianta coletar dados se eles não viram ação. Nossa metodologia prevê:

  1. Tabulação e análise: transformar dados brutos em planilhas limpas, por segmento

  2. Geração de relatórios executivos: firmar recomendações objetivas

  3. Compartilhamento estratégico: traduzir insumos em pautas, cartilhas, mensagens para redes e WhatsApp

  4. Revisão periódica: reavaliar, ajustar, perguntar de novo se necessário

Nosso foco é criar um ciclo de inteligência contínua, em que a pesquisa realimenta a estratégia e ajusta rotas em tempo real.


Novas fronteiras: pesquisa para OAB, conselhos e sindicatos


Seja em eleições da OAB, conselhos regionais, associações ou sindicatos, a lógica da pesquisa estruturada permanece. O desafio é ajustar o instrumento para as particularidades de cada categoria, respeitando disputas internas, nível de informação prévia e sensibilidades do ambiente profissional.

Em muitos desses contextos, saber quem são os decisores, os ativos e os omissos faz mais diferença do que mensurar a intenção de voto aberta.

  • Quantos realmente participam das decisões?

  • O que afasta ou aproxima filiados?

  • Quais mudanças inovadoras poderiam engajar de volta os desiludidos?

A pesquisa ajuda a abrir novas frentes de diálogo, trazendo para a campanha aliados improváveis e derrubando muros invisíveis na comunicação institucional.


Por que investir em pesquisa contínua?


Sondagem pontual gera insights, mas é o acompanhamento ao longo do tempo que revela tendências reais, avalia o impacto das ações tomadas e permite respostas rápidas a oscilações do cenário.

Com um processo estruturado, a evolução dos dados indica, inclusive, quando é hora de pivotar a campanha ou insistir numa bandeira importante.

Já testemunhamos casos em que, por falta de nova rodada de pesquisa, uma campanha perdeu força logo após a divulgação de uma “fake news”. Se o monitoramento fosse frequente, a reação poderia ser rápida e baseada em fatos reais, não apenas especulação.

O segredo das campanhas vencedoras está em ouvir melhor e agir. Sempre.

Conclusão


Coletar os dados certos não é luxo: é necessidade de quem lidera campanhas que querem ser relevantes. Seja qual for o território, o segmento ou o objetivo, os dados de pesquisa são a base do planejamento de comunicação política, institucional ou sindical.

Eles revelam quem realmente está pronto para engajar, quais temas mobilizam, quem já desistiu de ouvir, quem influencia a narrativa e quais caminhos podem surpreender.

Na Communicare, reunimos metodologias próprias, equipe experiente e tecnologia aplicada para transformar dados de pesquisa em resultado concreto para campanhas. Se seu desafio é tornar sua candidatura ou entidade protagonista, chegou a hora de investir na coleta estratégica dos dados certos.

Fale conosco pelo formulário, conheça nossos planos e traga sua dúvida. Juntos, vamos transformar números em vitórias e engajamento real.


Perguntas frequentes



Quais dados são essenciais em pesquisas?


Dados essenciais incluem informações sociodemográficas (idade, sexo, escolaridade, renda, região), intenções de voto ou apoio, níveis de rejeição, temas prioritários para o segmento pesquisado e canais de comunicação utilizados. Não deixe de coletar também percepções sobre a entidade, causas mobilizadoras e hábitos de consumo de informação. Esses conjuntos permitem segmentação e estratégias mais eficientes.


Como coletar dados para campanhas?


A coleta pode ser presencial (em campo), por telefone ou via ferramentas digitais como formulários e aplicativos de mensagens. O recomendado é garantir amostra representativa, abordagem neutra e revisão periódica dos dados coletados. Importante também registrar período, margem de erro e público-alvo pesquisado, como destaca o DataSenado.


Por que coletar dados em campanhas?


Os dados reduzem incertezas, permitem comunicação direcionada, identificam temas sensíveis e tornam possível ajustar a estratégia em tempo real. Além disso, embasam tomadas de decisão, fortalecem o engajamento da base, antecipam crises e protegem campanhas contra fake news ou oscilações inesperadas.


Como escolher perguntas para a pesquisa?


Defina primeiro seu objetivo: mensurar intenção de voto, testar propostas, avaliar engajamento ou entender rejeição. Daí, escolha perguntas diretas, sem indução, adequadas à linguagem do público. Misture perguntas fechadas (para dados quantitativos) e abertas (para captar sentimentos e argumentos). Evite questões duplas ou complexas, assegurando simplicidade e clareza em todo questionário.


Quais dados melhoram resultados de campanhas?


Dados sobre perfil do público, motivações, rejeições e padrões de engajamento digital são os que mais ajudam a melhorar resultados de campanhas. Combinando variáveis sociodemográficas, percepções subjetivas e tracking de redes sociais, a equipe de comunicação consegue personalizar mensagens, acertar o tom e dimensionar melhor os desafios do cenário.

Para desenvolver instrumentos de pesquisa ajustados à sua realidade, conte com o know-how da Communicare. Entre em contato e descubra como impulsionar sua campanha, sindicato, conselho ou associação com informações precisas!

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