
Gestão de crise de imagem pública: 7 erros comuns a evitar
- Carlos Junior
- 4 de nov.
- 7 min de leitura
Um erro em rede nacional, um comentário mal interpretado, uma investigação em curso ou apenas um boato viral. A crise de imagem, seja para pré-candidatos, lideranças sindicais, conselhos de classe ou organizações públicas, pode surgir sem aviso e se tornar uma tempestade digital em poucas horas.
Sabemos, pela nossa rotina na Communicare, que poucas situações trazem tanto impacto imediato, positivo ou negativo, para quem está exposto ao olhar do público. Por isso, gerir crises de imagem pública não se limita a apagar incêndios, mas envolve preparação, método e, sobretudo, evitar erros clássicos que ainda persistem.
Neste artigo, reunimos os sete equívocos mais frequentes que acompanhamos em assessorias políticas, campanhas institucionais e entidades representativas no Brasil. Detalhamos os efeitos práticos de cada erro, métodos para preveni-los e reforçamos estratégias como planos de contingência e treinamentos rápidos para porta-vozes.
Crise não dá aviso prévio. A reação faz toda a diferença.
Por que a gestão de crise pede preparo?
Antes de mergulharmos nos erros, vale situar: crise de imagem não significa apenas notícia ruim ou exposição negativa pontual. É um evento capaz de comprometer reputação, confiança do eleitorado ou da classe representada, e ameaçar resultados eleitorais ou institucionais a médio prazo.
Documentos oficiais, como o guia do Ministério do Turismo para gestão de riscos, alertam: identificar possíveis eventos e ter respostas prontas é um pré-requisito.
Já na prática política, percebemos que até figuras experientes, quando pegas de surpresa, podem cometer deslizes evitáveis por puro despreparo ou orientação fragmentada. O segredo? Ter protocolos, ouvir especialistas internos, mapear o clima digital e comunicar com clareza.
1. Negar ou minimizar o problema
Negar a existência de uma crise de imagem quase sempre agrava a situação. Muitas lideranças, por orgulho ou esperança de que "vai passar", optam pelo silêncio ou tentam reduzir a gravidade do tema.
Se um pré-candidato minimiza acusações públicas, elas tendem a ganhar força nas redes;
Quando conselhos de classe fingem não ver rumores ou denúncias, a especulação só cresce;
Fingir que determinado boato não impacta é, na verdade, dar campo livre para quem deseja desconstruir sua reputação.
Segundo um estudo da Revista da Controladoria-Geral da União, a percepção pública sobre transparência e capacidade de resposta conta muito nos julgamentos sobre uma instituição ou liderança em crise.
Método preventivo
Reconhecer rapidamente o episódio, mesmo que ainda se apure o contexto completo;
Comunicar de forma coordenada, com linguagem acessível;
Jamais impedir diálogo com a imprensa ou público, mas orientar os porta-vozes para respostas objetivas.
Negar é combustível para viralização negativa.
2. Falta de escuta e monitoramento digital
A ausência de monitoramento online transforma qualquer pré-candidato ou instituição em alvo fácil. Só enxergar a repercussão quando a crise ganha destaque na TV é sinal de desconexão com a realidade das redes.
Recomendações presentes no Guia da Secretaria de Comunicação Social para redes sociais são claras: Acompanhar diariamente menções à instituição ou nome; Monitorar termos sensíveis, inclusive fora dos canais oficiais; Mapear tendências de sentimento nas interações.
Ignorar essa tarefa diária é perder a janela para agir antes do assunto virar pauta nacional.
Consequências práticas
Reações tardias e desalinhadas com o sentimento do público;
Crescimento descontrolado de conteúdos negativos ou fake news;
Maior esforço posterior para recuperar imagem e reverter percepções.
Como prevenir?
Implantar softwares de social listening e criar rotinas de escuta digital por equipe própria ou assessoria experiente;
Treinar a equipe para priorizar redes emergentes, fóruns e grupos fechados;
Estabelecer alertas automáticos para termos críticos ao projeto, campanha ou mandato.
3. Portas fechadas à imprensa e stakeholders
No impulso de “esfriar” a crise, decisões como restringir entrevistas, evitar transparência ou não dialogar com representantes de classes e bases podem ser fatais. O silêncio institucional dá espaço justamente à narrativa oposta, muitas vezes construída por adversários ou pela especulação pública.
Fechar canais oficiais durante questionamentos;
Deixar de dar retornos para jornalistas e formadores de opinião;
Ignorar demandas de bases de apoiadores ou conselhos ligados à instituição;
Todo esse contexto costuma ajudar a desconstrução da liderança e a alimentar rumores pouco fundamentados. Na pesquisa do Ministério da Saúde sobre crises sanitárias, a desinformação avançou onde faltava coordenação e transparência.
Como enfrentar?
Preparar comunicados transparentes, mesmo que iniciais (ainda que sem respostas para tudo);
Reservar uma pessoa-chave como ponto focal para imprensa;
Criar áreas de perguntas frequentes e canais de atendimento digital especial temporário.
Silêncio institucional é sentença para versões paralelas.
4. Porta-vozes não treinados ou desencontrados
A confiança do público e da base depende diretamente da clareza de quem fala oficialmente. Treinar porta-vozes para cenários de crise é tanto prevenção quanto blindagem reputacional.
Quando lideranças ou assessores não são treinados, respostas ambíguas, tropeços em dados sensíveis ou contradições públicas surgem facilmente. Falas contraditórias em poucas horas colocam toda a instituição ou campanha em descrédito, e, infelizmente, já acompanhamos exemplos em todos os níveis eleitorais e associativos.
O monitoramento sugerido pelo Guia de Boas Práticas para Redes Sociais reforça: supervisão de interações e alinhamento de respostas é uma rotina obrigatória, não um luxo.
Como prevenir?
Treinamento de porta-vozes específico para comunicação em crise;
Simulações de coletivas e entrevistas “difíceis”;
Elaboração de roteiros e FAQs alinhados entre equipe de assessoria e jurídico.
Palavras ditas sem preparo têm impacto difícil de reparar.
5. Desalinhamento entre comunicação, jurídico e setores estratégicos
Durante crises, decisões estratégicas nem sempre são resolvidas em conselhos ou comitês. Advogados recomendam postura mais contida, comunicação solicita respostas rápidas.
O desalinhamento gera notas oficiais truncadas, comunicados retirados do ar, ajustes em postagens, desconforto de apoiadores e sensação de caos.
Anúncios feitos antes de análise jurídica;
Mensagens diferentes de setores distintos para o mesmo episódio;
Reflexos negativos em parceiros institucionais ou órgãos de controle.
Situações descritas na divulgação do IBGE sobre erros de calendário na publicação de produtos ilustram bem como falhas de processo minam credibilidade, mesmo sem má-fé.
Prevenção simples
Formação prévia de comitê de crise, com jurídico, comunicação, ouvidoria e liderança na mesma mesa;
Checklist básico de validação entre áreas antes de qualquer emissão ou publicação;
Treinamento de fluxo decisório para respostas rápidas e sem desencontro.
Comunicação desalinhada cria ruído onde deveria haver clareza.
6. Ausência de plano de contingência e protocolos claros
Não ter plano de contingência é, na realidade, apostar na sorte. E, honestamente, esse tipo de aposta raramente termina bem.
O improviso, nesses momentos, costuma custar caro, seja tempo, reputação ou apoio político.
Segundo o documento do Ministério do Turismo sobre gestão de riscos, antecipar situações críticas e planejar respostas são práticas reconhecidas mundialmente para prevenção e condução de crises de imagem pública.
O que não pode faltar?
Lista atualizada de contatos para resposta rápida (imprensa, jurídico, lideranças de base);
Fluxo de aprovação para comunicados oficiais;
Materiais pré-aprovados para divulgação rápida;
Procedimento para atualização contínua de orientações.
Adicionalmente, vale implementar rotinas de simulação:
Treinamentos periódicos incluindo todos os setores sensíveis;
Debriefs reais sobre crises já enfrentadas, extraindo aprendizados e corrigindo processos.
7. Comunicação lenta ou fragmentada durante a crise
Não basta saber o que dizer, é preciso comunicar no tempo e canal certos. A lentidão provoca ansiedade, alimenta boatos e permite que versões adversas "furem" o circuito institucional. Um erro comum, também, é postar somente nas mídias digitais, esquecendo audiências que dependem de outros canais (imprensa local, rádios, panfletos em sindicatos, etc.).
Demora para publicar notas públicas;
Falta de atualização sobre evolução da situação;
Mensagens trocadas em canais desconexos.
Como destaca o estudo do Ministério da Saúde sobre crises e desinformação, a confiança só se constrói com comunicação transparente, coordenada e recorrente, especialmente durante crises.
Como agir rápido e bem?
Ativar canais de comunicação direta com os principais públicos;
Usar linguagem clara, objetiva e adaptada ao contexto;
Atualizar frequentemente, mesmo sem grandes novidades, sinalizando transparência e empenho.
Velocidade é aliada da credibilidade em tempos de crise.
Bem mais do que evitar erros: fortalecer reputação e preparo
Na Communicare, já acompanhamos desde pré-candidatos iniciantes até entidades de classe com décadas de tradição em momentos de crise. O diferencial dos casos bem-sucedidos não foi, necessariamente, a ausência de crises, mas a capacidade de agir rápido, alinhado, transparente e profissional.
Conhecemos exemplos de estratégias eficazes para gerenciar crises de imagem e sabemos que campanhas, conselhos e lideranças podem estar expostas a erros clássicos. Nossa experiência mostra que: Simular cenários, revisar protocolos e qualificar porta-vozes são passos para quem deseja blindar reputação; Investir em monitoramento e resposta rápida é mais barato do que superar o dano à confiança; Ajustar postura diante de erros encontrados faz parte da transparência exigida pelo novo perfil de eleitor e público institucional.
Para saber como criar desde já um plano de comunicação, evitar improvisos e fortalecer a imagem da sua campanha ou entidade, sugerimos um olhar também para materiais como nosso guia completo de marketing político e orientações sobre campanhas de sucesso. E claro, vale conferir nosso conteúdo sobre como desenvolver um plano de comunicação política eficaz.
Resumindo: Erros acontecem, mas não precisam ser regra. Protocolos claros, preparo de porta-vozes e monitoramento digital diário são aliados indispensáveis na defesa e reconstrução da reputação pública.
Se precisar de suporte profissional e especializado, conheça os serviços da Communicare. Atuamos com planos sob medida para candidatos, sindicatos, conselhos e entidades públicas. Fale conosco pelo formulário e proteja sua imagem antes, durante e após campanhas!
Perguntas frequentes sobre gestão de crise de imagem pública
O que é gestão de crise de imagem?
A gestão de crise de imagem é o conjunto de ações coordenadas para identificar, conter e responder rapidamente a situações que ameaçam a reputação de uma pessoa, campanha ou instituição pública. Isso envolve antecipar problemas, comunicar com clareza e buscar retomar a confiança do público, minimizando danos por meio de monitoramento, planos de contingência e qualificação de porta-vozes.
Quais os erros mais comuns a evitar?
Os principais erros envolvem negar ou minimizar o problema, falhar no monitoramento digital, fechar portas à imprensa e stakeholders, ter porta-vozes despreparados, desalinhamento entre setores, ausência de plano de contingência e comunicação lenta ou fragmentada. Evitar esses equívocos reduz drasticamente o impacto negativo e acelera a superação da crise.
Como prevenir uma crise de imagem?
Prevenção envolve monitoramento diário de ambientes digitais, mapeamento de potenciais eventos críticos, treinamento de porta-vozes e elaboração de planos de contingência. Ter protocolos atualizados, simular cenários de crise e alinhar comunicação entre áreas deixa qualquer pré-candidato ou entidade mais preparada frente ao inesperado.
Como agir durante uma crise pública?
É fundamental reconhecer rapidamente o problema, comunicar com transparência, ativar canais diretos com os públicos estratégicos e centralizar a fala em porta-vozes treinados. Atualizações frequentes e transmissão de mensagens alinhadas contribuem para demonstrar controle da situação e compromisso com a verdade.
Vale a pena contratar uma assessoria especializada?
Sim. Assessoria especializada acelera a resposta, antecipa riscos, orienta a comunicação e minimiza danos durante crises. Equipes experientes, como a da Communicare, atuam com protocolos, treinamentos sob medida e monitoramento inteligente para fortalecer a reputação de campanhas, sindicatos, conselhos ou entidades públicas.
Para receber orientações personalizadas e proteger sua imagem institucional ou eleitoral, conheça os serviços da Communicare e envie uma mensagem pelo nosso formulário. Estamos prontos para criar soluções estratégicas para sua realidade.




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