top of page

Indicadores financeiros para monitorar campanhas eleitorais em 2026

  • Foto do escritor: João Pedro G. Reis
    João Pedro G. Reis
  • 11 de nov.
  • 10 min de leitura

Olá, sou João Pedro G. Reis, Diretor Executivo da Communicare. Nas duas décadas em que atuo em comunicação política, percebo que a clareza sobre finanças é decisiva para o sucesso eleitoral. Em cada eleição, entender os fluxos de receita, gasto e captação nunca foi tão estratégico. Para quem se prepara para as eleições de 2026, monitorar indicadores financeiros é mais que uma obrigação legal. É, acima de tudo, uma ferramenta para tomada de decisão, ajuste de rota e segurança na prestação de contas. Quero, neste artigo, compartilhar a minha visão e experiência sobre os principais indicadores financeiros que orientam a gestão de campanhas no Brasil, suas aplicações práticas e seus impactos reais tanto no resultado eleitoral como na reputação dos envolvidos.

Transparência financeira não é detalhe. É estratégia central.

Por que monitorar indicadores financeiros em campanhas eleitorais?


Em muitas campanhas pelas quais passei, um fato sempre me chamou atenção: a diferença entre ganhar e perder pode estar no simples acompanhar de indicadores financeiros. Da arrecadação à aplicação dos recursos, tudo influencia o desempenho do projeto eleitoral, a credibilidade perante o eleitorado e o respeito às regras do jogo estipuladas pela legislação.

Venho observando uma transformação nesse aspecto. Com o acesso facilitado aos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), candidatos, partidos, assessorias e a sociedade têm se aprofundado no uso de indicadores financeiros não só como obrigação, mas como fator crítico de planejamento e avaliação de eficiência.

  • Gestão eficiente e transparente dos recursos reduz riscos de sanções e amplia potencial de convencimento junto ao eleitor.

  • A distribuição adequada de verba também combate desigualdades históricas de acesso, tornando a disputa mais justa.

  • O monitoramento dos indicadores permite ajustes rápidos diante de cenários imprevistos.

Essa realidade reforça o propósito adotado na Communicare: informar, orientar e qualificar equipes para decisões mais seguras e responsáveis – com inteligência financeira desde o pré-campanha até a apuração dos votos.


O cenário do financiamento eleitoral: panorama recente


Ao analisar os números das eleições de 2022, dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que quase R$ 9,5 bilhões foram destinados ao financiamento eleitoral, e mais de 96% desse valor teve origem pública. Esse elemento reformulou por completo as estratégias, visto que as fontes privadas perderam espaço e os fundos eleitoral e partidário se tornaram protagonistas.

Entretanto, a distribuição dos recursos está longe de ser igualitária. Pesquisadores da USP identificaram que o volume de recursos recebidos tem impacto direto nas chances de eleição, sobretudo para mulheres, ampliando o debate sobre justiça e representatividade. Também me chamou a atenção o estudo do Observatório da Branquitude: candidatos brancos receberam 70% dos valores, sendo que homens brancos concentraram 44% de todos os recursos. Essa análise aprofunda a importância de monitorar indicadores financeiros sob a ótica da equidade.


Quais os principais indicadores financeiros em campanhas?


Acompanhando equipes e candidatos em campanhas municipais, estaduais e federais, notei que monitorar qualquer número não basta. É necessário escolher os indicadores certos, cruzar dados e buscar explicações para cada desvio de rota. Os principais indicadores financeiros, no contexto das eleições 2026, são:

  1. Receita total arrecadada

  2. Origem dos recursos (públicos x privados)

  3. Percentual de gasto sobre o total previsto

  4. Divisão dos gastos entre categorias

  5. Custo por voto

  6. Saldo de caixa

  7. Proporção de gastos com comunicação

  8. Distribuição de recursos por gênero, raça e região

  9. Relação entre arrecadação e execução orçamentária

  10. Prazo e regularidade das prestações de contas parciais

Vou detalhar cada um deles, trazendo exemplos práticos dos últimos pleitos e sugestões de como gerar valor a partir dessas informações.


Receita total arrecadada e suas implicações


O quanto uma campanha arrecada impacta todos os passos seguintes. Em minha experiência, equipes que projetam metas de arrecadação realistas geralmente conseguem dialogar melhor sobre limitações, potencialidades e prioridades. A receita total indica a magnitude do projeto eleitoral e serve de parâmetro para planejamento de gastos.

Fontes de arrecadação podem ser públicas (fundo eleitoral, fundo partidário) ou privadas, embora as privadas sejam cada vez mais residuais diante das normas atuais. O detalhamento dessas receitas, que precisa ser público e transparente conforme determina o TSE, permite avaliar a força de mobilização, o grau de apoio partidário e a origem social de apoiadores.

Quem controla o fluxo de dinheiro controla a narrativa do projeto político.

Quando a receita supera as previsões, a equipe pode replanejar investimentos em áreas-chave, como comunicação digital, produção audiovisual ou mobilização de rua. Quando fica abaixo do esperado, a revisão de estratégias é obrigatória para evitar desperdícios.


Origem dos recursos: público x privado


O entendimento da origem dos recursos é elemento determinante para construir argumentos de campanha. Em 2022, como citei antes, quase toda a verba foi proveniente de fontes públicas, e esse cenário deve se repetir em 2026. O controle desse indicador possibilita analisar não só a legalidade, mas também a legitimidade das doações e sua aderência aos princípios éticos.

  • Recursos públicos exigem prestação de contas rigorosa, limites de aplicação e transparência ampliada, reforçando a necessidade de processos robustos de monitoramento.

  • Doações privadas, quando existentes, precisam estar absolutamente de acordo com as regras para evitar impugnações e multas severas.

Na Communicare, costumo orientar que a exposição desse indicador seja também uma ferramenta de comunicação: publicizar a origem fortalece a narrativa de integridade junto ao eleitorado.


Percentual de gasto sobre o total previsto


Esse é um dos indicadores que mais acompanho nos dashboards das campanhas que assessoro. Ele aponta, em tempo real, se o planejamento financeiro condiz com a execução de fato. Quando os gastos superam a previsão, há risco de terminar a campanha sem recursos para os momentos finais, que costumam ser decisivos.

Mantenho uma rotina semanal, junto às equipes, para atualizar planilhas e dashboards e avaliar esse percentual sob diferentes ângulos. Com base nesses dados, é possível fazer cortes, transferir verbas ou reforçar ações que estejam performando bem – sempre com foco na eficácia.

Caso queira se aprofundar em como os dashboards contribuem para o monitoramento financeiro em campanhas, recomendo a leitura sobre uso de dashboards para monitorar campanhas eleitorais no blog da Communicare.


Análise por categorias: onde a campanha investe mais?


Dividir os gastos por categoria é um passo adiante no controle financeiro. As categorias mais comuns são:

  • Produção de material gráfico

  • Serviços de comunicação e marketing digital

  • Eventos e estrutura física

  • Pessoal (salários e honorários)

  • Logística e deslocamentos

  • Honorários advocatícios e contabilidade

  • Pesquisas de opinião

Esse desdobramento permite identificar gargalos, desperdícios e oportunidades de realocação de verba conforme a evolução do cenário eleitoral. O interessante é cruzar esses dados com indicadores de resultado, como engajamento digital ou adesão a eventos. Ao analisar campanhas que assessorei em eleições anteriores, ficou evidente que campanhas que aumentaram o percentual de investimento em comunicação digital alcançaram ganhos expressivos em visibilidade – muitas vezes sem elevar o custo total.


Custo por voto e mensuração de eficiência


Cálculo que costumo mencionar sempre nas minhas consultorias: o custo por voto. Trata-se da divisão simples entre o total gasto e o número final de votos recebidos pelo candidato ou chapa. Parece um indicador frio, mas a verdade é que poucos números são mais impactantes ao final de uma eleição.

Campanha eficiente transforma cada real investido em votos efetivos.

Essa métrica serve para ajustar rapidamente estratégias de captação e investimento. Se o custo por voto aumenta muito, sinal de que é preciso redirecionar esforços – seja para engajamento digital, mobilização de rua ou reavaliação do discurso. O segredo é não analisar esse indicador de forma isolada, mas em conjunto com a performance em segmentos específicos, observando se o investimento realmente chega onde o candidato tem potencial de crescimento.

Na página métricas de campanhas digitais 2026 da Communicare, trago exemplos de como calcular e acompanhar essa e outras métricas integradas.


Saldo de caixa e saúde financeira


Manter saldo de caixa positivo é uma obsessão em campanhas vencedoras. O saldo de caixa reflete a diferença entre receitas e despesas acumuladas até o momento e permite avaliar não só capacidade de investimento futuro, mas também a segurança para arcar com obrigações trabalhistas, fiscais e fornecedores no pós-campanha.

Geralmente, atuo com uma projeção semanal de saldo, sempre prevendo despesas obrigatórias e possíveis entradas extraordinárias. Uma campanha que chega ao último mês com caixa no vermelho perde mobilidade e corre riscos jurídicos graves.


Proporção de gastos com comunicação e impacto eleitoral


A comunicação representa, nas campanhas modernas, uma parcela cada vez maior do orçamento. Não raro, vejo equipes destinando entre 30% e 50% de seus recursos para produzir materiais digitais, vídeos, lives, anúncios, além de monitoramento de ambiente eleitoral e combate a fake news. Investir bem em comunicação torna a campanha mais ágil, adaptável e presente no cotidiano do eleitor.

Isso não significa apenas impulsionar redes sociais. Inclui produção editorial, design, audiovisual, gerenciamento de crises e acompanhamento do discurso online e offline. No universo digital, recomendo o artigo monitoramento do discurso político: ferramentas para 2026, que amplia a visão sobre o tema.


Distribuição dos recursos: gênero, raça e região


O monitoramento dos recursos destinados a cada segmento de candidaturas é tema que ganhou evidência após 2018. Nas minhas conversas com assessores e candidatos, fica clara a preocupação em garantir distribuição proporcional, como exigem as normas do TSE. O controle desse indicador é obrigatório, com atenção para prestação de contas e respeito às cotas mínimas.

Os estudos sobre o impacto dessa distribuição mostram que, mesmo com as cotas, candidaturas femininas e negras ainda têm limitado acesso. Monitorar esse fluxo, de modo transparente, é compromisso ético e comunicação com base na diversidade. Recomendo também a consulta ao estudo da USP sobre financiamento eleitoral de mulheres e a análise do Observatório da Branquitude para embasar diagnósticos e propostas.


Relação entre arrecadação e execução orçamentária


Outro dado relevante é o acompanhamento da execução do orçamento frente à arrecadação. Se a execução está atrasada, pode indicar excesso de cautela ou perdas de oportunidade. Se está adiantada, há risco de falta de saldo nos momentos decisivos da campanha.

  • Acompanhamento semanal reduz riscos de surpresas desagradáveis.

  • Permite negociar com fornecedores de forma preventiva, sem impactos negativos para a reputação da candidatura.

  • Favorece a transparência junto ao partido e a equipe.

Na Communicare, criamos modelos de planilhas e dashboards que facilitam essa comparação, tornando a rotina de gestão mais ágil. Caso queira estruturar um cronograma financeiro completo, recomendo também o checklist para planejamento em eleições associativas.


Prazo e regularidade das prestações de contas


A pontualidade nas prestações de contas parciais e finais é não apenas obrigatória perante o TSE, como também demonstra compromisso público. O não cumprimento pode resultar em sanções, multas e até inelegibilidade, colocando resultados eleitorais sob risco.

Oriento todas as equipes a seguirem um calendário claro, de preferência integrado a alertas em sistemas e planilhas, para evitar esquecimentos. Utilizar plataformas online para upload e gerenciamento de documentos acelera o trabalho e minimiza erros. Recomendo atenção máxima a esse ponto, sobretudo nas fases de maior pressão e volume de demandas, como nos meses que antecedem o pleito.


Como organizar e acompanhar esses indicadores?


Tenho visto um avanço significativo na adoção de sistemas integrados e dashboards específicos para campanhas eleitorais. Esses sistemas ajudam as equipes a:

  • Visualizar rapidamente receita, despesa e saldo;

  • Filtrar informações por município, categoria de gasto, gênero e outras variáveis relevantes;

  • Monitorar indicadores indiretos, como engajamento digital, que podem ser cruzados com investimento em comunicação;

  • Produzir relatórios parciais e finais para prestação de contas.

A junção dessas ferramentas com boas práticas em gestão de equipes e comunicação interna é o que torna o acompanhamento factível para equipes pequenas e grandes. Para saber mais sobre estruturação estratégica de campanhas, indico também o conteúdo sobre estratégias de campanha eleitoral para 2026 e 2028.


Como os indicadores financeiros ajudam na estratégia da campanha?


O impacto dos indicadores financeiros ultrapassa o aspecto técnico. Quando apresentados de forma clara aos líderes, permitem que decisões sobre investimentos em comunicação, mobilização de base e marcos da narrativa eleitoral sejam tomadas com mais segurança.

Na prática, a equipe financeira deve dialogar constantemente com os setores de comunicação, jurídico e estratégia. O monitoramento integrado dos indicadores reduz conflitos internos, antecipa riscos e contribui para campanhas mais transparentes e persuasivas.

Frequentemente, conduzo reuniões nas quais os dados são interpretados diante de cenário eleitoral, pesquisas quantitativas e qualitativas. Isso permite que cada investimento seja feito de forma planejada, seja para crescer na reta final, seja para consolidar apoios em redutos específicos.

Números bem interpretados valem tanto quanto bons discursos.

Diversidade e equidade nos indicadores: compromisso social e eleitoral


Não posso deixar de destacar que o monitoramento dos indicadores financeiros abre espaço para avanços sociais concretos dentro das campanhas. O controle sobre a distribuição de recursos por gênero e raça, por exemplo, contribui para campanhas realmente representativas. O respeito às cotas é obrigatório, mas o compromisso com equidade vai além do que manda a lei, influenciando positivamente a percepção pública e trazendo benefícios duradouros ao ambiente democrático.

Vale, inclusive, trazer o exemplo das campanhas que assessoramos na Communicare e que já dedicam capítulos inteiros dos relatórios de prestação de contas à análise do impacto financeiro nas candidaturas de mulheres, negros e indígenas – um diferencial que amplia o diálogo com a sociedade e reforça o branding ético das siglas políticas.


Conclusão: transparência, estratégia e resultado andam juntos


Monitorar indicadores financeiros em campanhas eleitorais é, na minha visão, o que diferencia candidaturas responsáveis de aventuras de ocasião. Cada número traz um diagnóstico e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de aperfeiçoar a estratégia, fortalecer a narrativa e criar campanhas que, de fato, prestam contas à sociedade e ao eleitorado – não só ao TSE. Na Communicare, valorizamos a construção de equipes competentes para lidar com finanças, comunicação integrada e monitoramento transparente.

Se você, assessora, candidato ou gestora de mandatos, deseja elevar o padrão de excelência de sua equipe e garantir o domínio dos indicadores financeiros em 2026, convido a entrar em contato pelo formulário no site da Communicare. Juntos, vamos estruturar um planejamento financeiro realista, estratégico e alinhado às melhores práticas do Brasil democrático.


Perguntas frequentes sobre indicadores financeiros de campanhas



O que são indicadores financeiros de campanha?


Indicadores financeiros de campanha são métricas utilizadas para acompanhar receitas, despesas, distribuição de recursos, eficiência de gastos e regularidade nos registros de uma campanha eleitoral. Servem para apoiar decisões estratégicas, garantir transparência e facilitar a prestação de contas aos órgãos de controle.


Como usar indicadores para avaliar campanhas eleitorais?


Para avaliar campanhas eleitorais, recomendo selecionar e acompanhar regularmente indicadores como receita total, percentual de gastos previstos versus realizados, custo por voto e distribuição orçamentária. O cruzamento desses dados mostra o grau de aderência ao planejamento, riscos e oportunidades de ajuste em tempo real.


Quais os principais indicadores financeiros em eleições?


Os principais indicadores financeiros em eleições incluem receita arrecadada, origem dos recursos, percentual de gasto sobre o orçado, análise por categoria, custo por voto, saldo de caixa, gastos com comunicação, distribuição por segmento sociodemográfico e regularidade das contas. Cada um oferece um diagnóstico específico sobre a saúde da campanha.


Onde encontrar dados financeiros de campanhas?


Os dados financeiros de campanhas no Brasil estão disponíveis no portal do TSE. Ali, é possível consultar prestações oficiais de contas, receitas declaradas, gastos discriminados e relatórios analíticos por candidato e por partido.


Como interpretar resultados desses indicadores?


Interpretar resultados dos indicadores requer analisar tendências, detectar desvios em relação ao planejado e comparar performance financeira com o desempenho eleitoral final. Recomendo acompanhar variações, causas de desvios, impactos sobre a narrativa de campanha e, principalmente, usar os dados para corrigir rumos e aprimorar as ações em tempo real.

 
 
 

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação

pronto para fazer sua campanha eleitoral com a gente?

Entre em contato, nosso time está disponível para te atender.
Para oportunidades, confira a nossa
central de carreiras.

  • Facebook
  • Instagram
  • Twitter
  • LinkedIn

Belo Horizonte - MG:

Rua Professor Eugênio Murilo Rubião, 222 - Anchieta

Brasília - DF:

Ed Lê Quartier, SHCN, sala 420

Florianópolis -  SC 
Av. Prof. Othon Gama D'Eça, 677 - Sala 603 - Centro

 +55 31 9843-4242

contato@agcommunicare.com

©2019 - 2025

 por Communicare

CNPJ: 41.574.452/0001-64

bottom of page