
O outro Brasil das urnas: sindicatos e conselhos de classe travam disputas milionárias e influenciam bastidores do poder
- João Pedro G. Reis

- 11 de nov.
- 12 min de leitura
Quando falo em eleições no Brasil, é fácil limitar o pensamento ao famoso rito das urnas do calendário oficial, transmitidas à exaustão pela mídia. Mas a cada ciclo de Copa, de Olimpíadas ou de eleições gerais, existe outro jogo acontecendo nas sombras – um Brasil das urnas paralelo, poderoso, com muito dinheiro e influência, onde sindicatos e conselhos de classe são protagonistas silenciosos em disputas que atravessam categorias profissionais, políticas públicas e, principalmente, recursos imensos. Este é o universo de disputas milionárias que recortam, a cada ciclo, a face oculta do poder institucional no país.
As urnas invisíveis também movem os rumos da sociedade.
O ciclo de 2025: eleições milionárias longe dos holofotes
Em 2025, o calendário de sindicatos e conselhos reservará pelo menos dez eleições nacionais e estaduais com movimentação de milhões em campanhas e orçamentos anuais que ultrapassam, juntos, bilhões de reais. Em meus levantamentos na Communicare, é impossível deixar de perceber o contraste: enquanto o Brasil comum concentra sua atenção nos vereadores ou prefeitos, milhares de entidades e milhões de profissionais atuam na construção de processos eleitorais paralelos, tão rigorosos e segmentados quanto os do Congresso Nacional.
Essas eleições, que incluem engenheiros, farmacêuticos, servidores públicos, médicos, advogados, contadores e docentes universitários, reproduzem um ciclo de campanhas altamente organizadas, com profissionais experientes em marketing, comunicação, assessoria jurídica, tecnologia, análise refinada de dados, microtargeting político e um uso intenso de redes sociais e inteligência artificial. Tudo isso regido por regras rígidas e fiscalização interna detalhada.
O tamanho do poder: receitas bilionárias e influência política
Desde o início da minha atuação em comunicação política, sempre notei como a imprensa tradicional negligencia a escala dessas eleições. Para se ter a dimensão real, parte dos sindicatos nacionais e dos conselhos profissionais movimenta receitas anuais superiores a dezenas de bilhões de reais. Nomes como o Confea/Crea, a OAB, os conselhos regionais de medicina, enfermagem, farmácia ou odontologia, para citar alguns, administram arrecadações que rivalizam com orçamentos de pequenas cidades ou até estados.
Cada ciclo eleitoral interno define, em última instância, quem irá discursar nas audiências federais, conduzir negociações sobre direitos da categoria ou pressionar executivos e legislativos sobre projetos prioritários. A construção dessas lideranças se dá dentro de processos com pouco holofote externo, mas peso decisivo nas estruturas de poder de Brasília aos rincões do país.
Quem assume a liderança desses órgãos senta à mesa dos grandes debates nacionais.
Segundo levantamentos recentes, o universo sindical e corporativo brasileiro reúne milhares de entidades, muitas de escopo nacional, com receitas que ultrapassam dezenas de bilhões de reais, recursos que são objeto de disputa acirrada a cada novo ciclo eleitoral, redefinindo quem terá acesso a contratos, convênios, parcerias estratégicas e espaços de influência.
Campanhas profissionais: a máquina por trás dos bastidores
O que poucos observam é o grau de profissionalização dessas campanhas. Elas não ficam devendo em nada aos pleitos do calendário político tradicional. Equipes de comunicação, marketing, advogados especializados, estrategistas em redes sociais, designers e profissionais de TI trabalham meses a fio para planejar cada etapa da disputa.
Identificação do eleitorado e análise de perfis sócio-demográficos;
Segmentação de mensagens por nicho profissional;
Utilização de plataformas digitais seguras para votação;
Desenvolvimento de narrativas políticas específicas de cada associado ou região;
Monitoramento de tendências, sentimentos e fake news nas redes;
Produção intensiva de conteúdos para diferentes canais, do WhatsApp ao LinkedIn;
Estratégias de engajamento digital e offline, como lives, webinars, podcasts, newsletters e materiais impressos;
Definição de fluxos de comunicação e discurso para debates, sabatinas e eventos de apresentação de chapas.
Nesta trilha, orçamentos de campanha podem facilmente ultrapassar a casa dos milhões de reais, principalmente nos conselhos com atuação nacional ou em sindicatos que representam categorias extensas, como professores universitários, auditores fiscais, bancários ou trabalhadores federais.
Se você quiser entender mais sobre a estrutura dessas campanhas e os bastidores do processo eleitoral sindical no Brasil, recomendo a leitura do material que preparamos na Communicare sobre como funciona o processo de votação em sindicatos e conselhos.
A democracia invisível: urnas que movimentam bilhões e moldam categorias
Já ouvi de muitos colegas que as eleições sindicais e nos conselhos são uma forma de “democracia invisível”. A expressão faz sentido: enquanto algumas centenas de milhares vão às urnas eletrônicas do TSE a cada ciclo eleitoral, há processos paralelos com centenas de milhares de eleitores, movimentação digital intensa, disputas jurídicas ferrenhas, manobras de bastidores, campanhas segmentadas e dezenas de milhões de reais empenhados em promoção e articulação – tudo isso passando praticamente ileso ao filtro dos grandes jornais.
Muitos dos rumos da sua profissão são decididos em eleições das quais você nem ouviu falar.
Centrais sindicais, conselhos de classe e federações profissionais, mesmo perdendo filiados ao longo dos anos, ainda concentram um poder de mobilização e financiamento que supera a maior parte dos partidos políticos. Segundo o IBGE, o número de trabalhadores sindicalizados encolheu para 8,4 milhões em 2023, o menor da série histórica, mas mesmo assim representa 8,4% da força de trabalho nacional. Em 2012, eram 14,4 milhões de filiados. A queda, mesmo relevante, ainda deixa o Brasil no topo dos países com maior estrutura sindical do mundo.
O que também se altera é a natureza das disputas: menos massivas, mais segmentadas, tecnológicas e fortemente ligadas ao lobby, à consultoria técnica e ao protagonismo junto às políticas públicas.
Principais eleições de 2025: datas, categorias e impactos
Ano de 2025: as agendas das entidades estão agitadas. Listo aqui as principais votações nacionais e estaduais em sindicatos e conselhos de classe já realizadas ou agendadas, com destaque para seu impacto e número de profissionais envolvidos:
Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs): Votação on-line, marcada para 13 de novembro, mobilizando mais de 500 mil profissionais aptos a votar, com grande emprego de tecnologia e auditoria independente.
Conselho Federal de Farmácia (CFF): Processo eleitoral em 11 de setembro para renovação de diretoria, envolvendo campanhas digitais massivas e forte articulação entre as chapas.
Conselhos Regionais de Odontologia (CROs): Eleições digitais realizadas em 3 de outubro, com profissionais da odontologia participando de votação online em diversos estados.
Sistema Confea/Crea e Mútua: Em 21 de novembro, votação nacional envolvendo mais de 1 milhão de engenheiros, agrônomos e profissionais filiados, impactando diretamente decisões sobre infraestrutura, fiscalização e regulamentação de obras públicas.
Sindireceita: Processo eleitoral em outubro, abrangendo milhares de servidores da Receita Federal, essencial na condução de negociações salariais e definição de pautas estratégicas para o funcionalismo.
Essas batalhas não são apenas simbólicas. Quem assume as presidências nessas entidades tem, em suas mãos, o poder de orientar demandas, fechar ou abrir portas para projetos no Executivo, pressionar o Congresso Nacional e, acima de tudo, influenciar as regras e os rumos das próprias profissões.
As disputas que virão: 2026 e a mobilização crescente
Se você pensa que 2025 é intenso, preste atenção ao ciclo de 2026. A movimentação já começou, com categorias preparando suas bases para mobilizações regionais e nacionais muitas vezes maiores do que as municipais.
SINPAF: O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário terá em 2026 processos regionais para definição de delegados e escolha nacional da direção, movimentando extensos segmentos da ciência e tecnologia no país.
ANDES-SN: O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior prepara, para 2026, eleição nacional envolta em debates sobre políticas educacionais, orçamento da educação pública e autonomia universitária. Campanhas devem ser fortemente segmentadas, com intensa atuação em universidades federais e estaduais.
Outras entidades estaduais e federais também têm no horizonte processos eleitorais que animarão o debate interno, trazendo à tona figuras históricas, lideranças emergentes e novos projetos de valorização profissional.
Em minha experiência acompanhando estratégias de comunicação eleitoral neste universo, posso garantir que cada detalhe pode definir o jogo: desde a escolha do slogan, passando pela definição dos microsegmentos, até a qualidade dos argumentos apresentados. Os bastidores são ricos em articulações, confronto de ideias e muita política, no sentido mais puro da palavra.
Do voto à influência: a tríplice coluna do poder sindical e corporativo
É possível dividir a influência dessas eleições em três níveis principais:
Poder interno: Definição de prioridades, gerenciamento de receitas, contratação de serviços, investimentos em projetos específicos, decisões sobre benefícios e programas próprios.
Poder institucional: Assento em negociações junto a ministérios, secretarias, autarquias, conselhos e bancadas parlamentares. Os eleitos representam não só interesses corporativos, mas também têm espaço consultivo e deliberativo em órgãos públicos.
Poder externo: Atuação como interlocutores da sociedade civil, influência sobre formulação de políticas públicas, contribuições técnicas a projetos de lei (sobretudo nos conselhos) e liderança de debates sociais, econômicos e até éticos.
Destaque para um aspecto central, observado em minhas consultorias: os resultados das urnas muitas vezes reorganizam alianças nacionais, inauguram novas pautas e redefinem forças políticas, afetando inclusive decisões do Congresso. Muitas entidades, por exemplo, são protagonistas ao recomendar a aprovação ou rejeição de propostas legislativas e combater projetos considerados prejudiciais à categoria.
Estruturas financeiras, recursos e a lógica da disputa
Quando olho em detalhes para as receitas das principais entidades sindicais e conselhos profissionais do Brasil, impressiona o volume de recursos administrados anualmente. Mesmo com a perda de filiados, noticiada em análises do IBGE e de estudos do IBRE/FGV, o movimento global de bilhões por ano persiste. Isso acontece em razão das receitas diversificadas, como anuidades, contribuições extraordinárias, taxas de serviços, eventos, parcerias e projetos sociais, além de aplicações financeiras robustas.
Cada ciclo eleitoral, portanto, redesenha quem irá operar, fiscalizar e aplicar parte desses recursos. Não à toa, a disputa é acirrada e envolve equipes experientes e dedicadas meses na estruturação das campanhas.
No universo sindical e dos conselhos, orçamento é sinônimo de poder.
É bom lembrar que os orçamentos das campanhas eleitorais internas variam bastante. Em entidades menores, podem ser de algumas dezenas de milhares de reais, mas em grandes sindicatos nacionais e conselhos federais, não é raro ver campanhas que passam dos milhões, exigindo planejamento de alto nível e estratégias de comunicação customizadas. Resumindo: ninguém chega à presidência desses órgãos investindo pouco em análise de dados, estratégias digitais e discursos segmentados.
Bastidores da influência: sindicatos e conselhos no jogo do poder
O papel dessas organizações vai além de defender a categoria. Segundo minhas análises na Communicare, as eleições internas moldam a própria pauta dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Vejamos alguns exemplos práticos:
Em negociações sobre reajuste salarial de servidores federais, são sindicatos como o Sindireceita, Andes ou Sintrajud que assumem a dianteira das discussões com ministros e parlamentares.
No debate sobre a regulamentação de profissões, é comum que o Conselho Federal ou Regional da área seja chamado a opinar, sugerir ou até vetar projetos estratégicos.
Campanhas de combate a fake news sobre vacinas, saúde mental ou valorização do trabalho docente partem frequentemente das comunicações estruturadas dos conselhos federais e sindicais.
A famosa “bancada da bala”, “bancada da saúde” ou “bancada da educação” tem nestes grupos grande parte de suas indicações, projetos e votos articulados.
O poder de persuasão dessas entidades é tamanho que, muitas vezes, partidos e parlamentares observam as eleições internas atentos a movimentos e tendências, buscando compor alianças para seus próprios projetos. Não à toa, sindicatos e conselhos de classe são presença constante nos conselhos, comissões, grupos de trabalho e audiências públicas do país.
A força da comunicação digital: data-driven e microtargeting na política sindical
O avanço da tecnologia e o uso estratégico de dados trouxeram uma nova realidade para as campanhas internas. Em meus projetos pela Communicare, testemunhei o salto de qualidade proporcionado pelo fortalecimento do microtargeting político: é possível segmentar discursos, ajustar propostas e antecipar demandas de nichos profissionais ou regionais, turbinando o poder de convencimento dos candidatos.
Algumas estratégias que já geraram resultados concretos e que posso compartilhar:
Mapeamento digital dos associados segmentado por localidade, faixa etária, especialidade profissional e engajamento em pautas específicas;
Envio de conteúdos personalizados por e-mail, WhatsApp, SMS e redes sociais, dialogando com as preocupações e necessidades de cada grupo;
Uso de inteligência artificial para prever tendências, analisar nuvem de sentimentos e monitorar debates internos em comunidades digitais;
Organização de eventos híbridos, com transmissões ao vivo, debates online e disponibilidade de gravações, aumentando a sensação de participação e inclusão;
Monitoramento constante de fake news e boatos dirigidos às chapas e candidatos, com respostas rápidas e campanhas de esclarecimento planejadas.
Essas ações têm se mostrado decisivas para engajar públicos antes apáticos, reduzir abstenções e disputar votos em segmentos tradicionalmente alheios à dinâmica interna das entidades. O impacto? Eleições mais competitivas, maior renovação de lideranças e ambientes internos mais próximos da realidade dos profissionais representados.
O papel da imprensa e da sociedade: o silêncio diante das urnas corporativas
Uma das razões para a invisibilidade dessas eleições está no desinteresse da mídia tradicional pelo processo. Afinal, quando não há figuras públicas de relevo nacional, o holofote parece não iluminar as votações. Isso, no entanto, gera um ciclo perverso: sem exposição, grande parte dos profissionais desconhece os candidatos e decide as eleições por critérios mais afetivos ou de tradição, o que limita o grau de renovação.
Do meu ponto de vista, urge criar estratégias de comunicação que resgatem a legitimidade, a participação e a relevância dessas urnas. Invisto muito do meu tempo em desenvolver conteúdos e campanhas voltadas à valorização desses processos, aumentando a transparência e motivando mais profissionais a participarem ativamente.
Bastidores silenciosos também moldam o rumo do país.
Quanto maior a participação, maior a legitimidade das lideranças eleitas, o que se reverte em melhores condições para a defesa dos direitos e prerrogativas das categorias. Não se trata apenas de mudanças internas, mas de impacto direto sobre a formulação de políticas públicas e definição das agendas nacionais.
Riscos, desafios e o futuro da representação profissional
Seria imprudente ignorar os desafios enfrentados nesse universo. O processo de queda contínua da sindicalização, registrado por dados do IBGE, aponta para a necessidade urgente de renovação de discursos, flexibilização das estruturas e modernização dos formatos de participação. Entre 2012 e 2023, o número de sindicalizados caiu quase pela metade, mesmo que o total de pessoas empregadas tenha aumentado.
Isso não esvazia a função das entidades – pelo contrário. Entidades robustas e lideranças legítimas seguem sendo essenciais para a defesa de direitos, negociação de pautas econômicas e sociais e construção de um diálogo forte com o poder público. O declínio na filiação significativa leva as organizações a inovar nas formas de engajamento, desenvolver projetos customizados para os novos tempos e buscar alianças estratégicas com outros segmentos da sociedade.
O papel dos conteúdos estratégicos na construção de autoridade
Por trás dessa movimentação está o trabalho contínuo de informação e formação dos públicos interno e externo das entidades. Acredito fortemente que conteúdos relevantes, atualizados e produzidos para o contexto brasileiro são a chave para ampliar engajamento, fortalecer lideranças e posicionar conselhos e sindicatos como referência em sua área.
A Communicare, por exemplo, atua fortemente na construção de estratégias de marketing político e comunicação digital voltadas a entidades sindicais e conselhos profissionais, sempre pautando transparência, clareza e alinhamento às melhores práticas do setor. Outros conteúdos de referência em nosso blog abordam desde modelos de eleição em sindicatos até como construir narrativas eficazes para conselhos e organização de fluxos de comunicação internos, reforçando a importância de atualização diante dos novos cenários.
Novos tempos, novas urnas: o que esperar?
Com base no que tenho acompanhado de perto, nunca houve momento mais fértil para a renovação de práticas internas, adoção de métodos ágeis e valorização do storytelling político nesses ambientes. A retomada da participação ativa dos associados, o investimento criativo em campanhas digitais, o uso ético da inteligência artificial e o envolvimento crescente de jovens profissionais são aspectos que devem mudar o cenário dos próximos anos.
Se 2023 e 2024 mostraram quedas no número de sindicalizados, também evidenciaram movimentos de reorganização que tendem a dar mais poder às bases, estimular chapas de renovação e criar possibilidades de diálogo mais horizontal com os próprios associados.
O futuro das urnas invisíveis está, portanto, menos no passado institucional e mais na criatividade, na transparência e na habilidade de conectar demandas reais a soluções práticas – sempre com respeito à história de luta de cada categoria.
Conclusão: por que observar e valorizar as urnas invisíveis?
O palco tradicional das eleições pode até ser o centro dos holofotes midiáticos, mas basta prestar atenção para perceber: parte do destino das profissões, dos serviços públicos, das regulamentações e das políticas sociais passa pelas urnas dos sindicatos e conselhos de classe.
O desafio é garantir mais participação, legitimidade, transparência e debate qualificado. Eu, como diretor executivo da Communicare, coloco nossa expertise à disposição das entidades que desejam fortalecer sua autoridade, engajar suas bases e transformar processos eleitorais internos em verdadeiros laboratórios de inovação em comunicação.
Se você faz parte de um sindicato, conselho ou entidade de classe e quer potencializar os resultados das próximas eleições, entre em contato com a equipe da Communicare pelo formulário disponível em nosso site. Nossa consultoria pode transformar engajamento em liderança legítima e gerar autoridade diante dos grandes desafios do setor.
Perguntas frequentes sobre eleições em sindicatos e conselhos de classe
O que são sindicatos e conselhos de classe?
Sindicatos são organizações que representam os interesses de trabalhadores de determinada categoria profissional, lutando por melhores condições de trabalho, salários e direitos econômicos e sociais. Já os conselhos de classe são entidades responsáveis pela fiscalização e regulamentação do exercício profissional, como os conselhos regionais e federais de medicina, engenharia, contabilidade, odontologia, farmácia, entre outros. Ambos têm papel legal na defesa da categoria e grande influência em negociações políticas e jurídicas.
Como funcionam as eleições nesses órgãos?
As eleições em sindicatos e conselhos de classe são processos internos, normalmente realizados a cada dois, três ou quatro anos, conforme o estatuto de cada entidade. Os associados ou filiados ativos votam em chapas ou candidatos que disputam cargos na diretoria, presidência, conselhos fiscais e departamentos. O processo pode ser presencial, online ou híbrido, sempre observado por comissão eleitoral independente e, em grandes entidades, por sistemas digitais com auditoria externa.
Por que sindicatos movimentam tanto dinheiro?
O volume de dinheiro movimentado decorre principalmente de receitas como contribuições dos filiados, anuidades, taxas de serviços, parcerias, convênios e investimentos financeiros. Em grandes entidades nacionais, a soma anual chega a bilhões de reais, já que há também recursos advindos de projetos sociais, eventos, cursos e serviços especializados. Essa receita sustenta ações jurídicas, negociações trabalhistas, estruturas administrativas, comunicação e campanhas em defesa da categoria.
Quem pode votar nas eleições sindicais?
O direito ao voto em eleições sindicais ou nos conselhos de classe pertence aos filiados regulares e em dia com suas obrigações estatutárias. Geralmente, isso envolve estar adimplente com as anuidades ou contribuições e estar cadastrado corretamente junto à entidade. Em algumas eleições, há regras específicas para delegados ou para determinados cargos, sempre detalhadas nos editais de convocação.
Como os sindicatos influenciam o poder político?
Sindicatos têm influência no poder político ao representar oficialmente interesses de categorias nas negociações junto ao Executivo, Legislativo e Judiciário. Eles participam de audiências, comissões, grupos de trabalho e são convidados a opinar em projetos de lei ou políticas públicas que afetam suas áreas. Também investem em campanhas de mobilização, pressão institucional e orientação política de suas bases, podendo alterar cenários, criar alianças e pautar debates nacionais nas áreas em que atuam.




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