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AWS e Dependência Digital: Riscos e Lições para Comunicação Pública

  • Carlos Junior
  • 20 de out.
  • 4 min de leitura

A transformação digital acelerou a incorporação de serviços em nuvem na administração pública, campanhas políticas, conselhos profissionais e entidades de diferentes portes. Vemos, cada dia mais, órgãos, partidos e equipes inteiras migrando para infraestruturas cloud, com ênfase nos serviços oferecidos por gigantes do setor como Amazon Web Services (AWS). No entanto, essa modernização aumenta a dependência de terceiros e pode representar riscos diretamente ligados à disponibilidade e à reputação institucional.


Como a nuvem molda a comunicação pública e institucional


No Brasil, a pesquisa TIC Governo Eletrônico 2021 revelou que 67% dos órgãos federais já utilizam software de escritório em nuvem e 65% aderiram ao e‑mail em nuvem. Na prática, isso significa que estruturas inteiras de informação, relacionamento com eleitores, atendimento à sociedade e prestação de contas operam sobre a infraestrutura de terceiros que podem, eventualmente, apresentar indisponibilidade.

Esse movimento se estende rapidamente para mandatos, sindicatos, associações e até conselhos profissionais, seguindo a tendência global apontada em estimativas de que os gastos mundiais em nuvem pública devem chegar a US$ 723,4 bilhões em 2025.

Dependência aumenta, visibilidade também.

Ao confiar aplicativos, websites, CRMs de eleitorado, ferramentas de pesquisa de opinião e sistemas internos a uma nuvem, aceitamos (muitas vezes sem perceber) que a estabilidade da nossa comunicação está conectada a variáveis externas. Isso ficou evidente em episódios recentes.


Falhas reais em serviços de nuvem: O que acontece na prática?


Interrupções globais em grandes provedores de infraestrutura já paralisaram órgãos, mandatos e campanhas inteiras. Historicamente, quedas duraram segundos a horas, mas mesmo breves podem gerar desinformação: sites de candidatos ficam fora do ar no momento do debate, pesquisas deixam de funcionar na hora de divulgar resultados estratégicos, ou portais institucionais ficam indisponíveis quando a população busca orientação emergencial.

As consequências vão além do imediatismo:

  • Questionamentos públicos sobre transparência e confiabilidade;

  • Perda de dados ou acesso temporário a sistemas;

  • Repercussão negativa em redes sociais e imprensa regional;

  • Sensação de vulnerabilidade frente a ataques ou sabotagens, mesmo quando o problema é técnico;

  • Paralisação de rotinas internas e prejuízo à imagem institucional.

Isso tudo acontece diante de uma transformação digital acelerada, como mostram levantamentos recentes sobre uso de computação em nuvem no Brasil.


Gestão de crise tecnológica: Transparência e preparação fazem diferença


Como profissionais da Communicare, defendemos que a comunicação preparada para imprevistos constrói valor principalmente em contextos de alta exposição, como ciclos eleitorais e prestação de contas em conselhos e sindicatos.

Quando um incidente ocorre, agir rápido é fundamental, mas agir com franqueza é decisivo.

  1. Reconhecer o problema publicamente. Comunique a indisponibilidade pelas redes, e-mails ou outros canais, preferindo sempre a agilidade à perfeição na mensagem inicial.

  2. Atualizar a base frequentemente enquanto durar o incidente. Integrar setores de TI e comunicação neste processo. Os detalhes técnicos podem ser resumidos. O usuário quer saber: "quando volta?"

  3. Não prometer prazos irrealistas. Informe o esforço prioritário para restauro e indique para onde direcionar demandas urgentes até a normalização.

  4. Após a resolução, relate resumidamente a causa e quais medidas estão sendo tomadas para evitar reincidência.

Esse tipo de alinhamento constrói, paradoxalmente, confiança diante de falhas e diferencia quem está preparado, de quem só reage sob pressão.


Avaliar dependência e planejar contingência: Por onde começar?


Revisamos periodicamente a arquitetura dos clientes para mapear pontos de falha e sugerimos mudanças simples e eficazes:

  • Mapear todos os sistemas críticos em cloud: websites, sistemas eleitorais (veja mais sobre comunicação eficaz para pré-campanhas), plataformas de atendimento, etc.

  • Levantar dependências explícitas e ocultas: nosso site funciona, mas depende de API externa hospedada também em nuvem?

  • Construir planos de contingência: garantir alternativas offline, canais paralelos para avisos emergenciais (WhatsApp, Telegram, telefone) e cópias de segurança periódicas.

  • Atualizar o plano após testes ou pequenos incidentes, prevendo fluxos automáticos de informação para públicos específicos (eleitores, associados, imprensa, servidores...)

Muitos líderes e equipes, ao fazer esse exercício, percebem a necessidade de alinhar estratégias de TI e comunicação de crise institucional – como discutimos também em nossa análise sobre ciclo de influência em comunicação pública.


Integração de TI e comunicação: Prevenção e persuasão caminham juntas


Não basta ter a técnica. Na nossa atuação diária, notamos que a área de tecnologia muitas vezes trabalha longe dos comunicadores – e essa distância agrava problemas quando eles surgem. É fundamental criar pontos de contato frequentes, especialmente quando a nuvem passa a ser "o novo campo" da reputação.

Nossas recomendações vão além da prevenção: a comunicação política e institucional na era digital é feita com dados, agilidade e, sobretudo, capacidade de antecipação.


Conclusão: O desafio é de todos, e exige visão estratégica


Não é só escolher entre nuvem ou servidor local, mas saber assumir controle sobre o discurso e a transparência nessas situações. A dependência de AWS e infraestruturas cloud pode ser aliada, desde que acompanhada de planejamento, monitoramento e comunicação estratégica contínua.

A Communicare oferece soluções personalizadas para comunicação digital integrada e prevenção de crises, conectando equipes de TI, líderes e assessorias. Queremos ajudar você a transformar riscos tecnológicos em oportunidades de fortalecer sua imagem e confiança. Aja preventivamente: nos chame pelo formulário para analisar seus fluxos digitais e proteger sua reputação.


Perguntas frequentes sobre AWS e dependência digital em órgãos públicos



O que é a AWS e para que serve?


AWS (Amazon Web Services) é uma plataforma de serviços de computação em nuvem que oferece servidores, armazenamento, bancos de dados, redes e diversas ferramentas digitais para rodar sites, aplicativos, sistemas de comunicação e bancos de dados. É usada por governos, campanhas, empresas e instituições para crescer com segurança, agilidade e menos custo inicial.


Quais os riscos da dependência da AWS?


A dependência de um único provedor pode resultar em interrupções imprevistas, eventuais vazamentos de dados ou dificuldades de migração, caso precise trocar de fornecedor. Em incidentes, a reputação pode ser abalada, como explicamos neste artigo.


Como a AWS impacta a comunicação pública?


Ao hospedar sites, e-mails e sistemas de atendimento na nuvem, prefeituras, conselhos e campanhas ampliam o alcance digital, mas se tornam vulneráveis a falhas externas. Transparência e contingência são fundamentais para não perder credibilidade ao enfrentar algum incidente tecnológico.


Quais alternativas existem à AWS no Brasil?


Há opções públicas e privadas para hospedagem de dados, serviços nacionais de nuvem e datacenters regionais. Porém, quase todas apresentam graus de dependência de terceiros. O principal é mapear riscos e diversificar onde for possível.


Como reduzir riscos ao usar a AWS?


Tenha backup regular, um plano de contingência claro, canais paralelos de comunicação e revise contratos periodicamente. Não esqueça de alinhar TI e comunicação de crise – uma das expertises da Communicare. Podemos apoiar nesse processo, basta entrar em contato pelo nosso formulário.

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