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Checklist de segurança digital para campanhas eleitorais de 2026

  • Foto do escritor: João Pedro G. Reis
    João Pedro G. Reis
  • 11 de nov.
  • 8 min de leitura

Sou João Pedro G. Reis, Diretor Executivo da Communicare, e há duas décadas dedico minha trajetória à comunicação política estratégica. Ao longo desse tempo vi a transformação digital chegar às campanhas eleitorais com força total, trazendo ganhos, mas também expondo candidatos, equipes e eleitores a novas vulnerabilidades.

Com as eleições de 2026 se aproximando, a preocupação com segurança digital já é central para qualquer candidatura séria. Não existe mais espaço para descuidos. Uma única falha pode comprometer não apenas dados internos, mas reputações, projetos políticos e até a legitimidade do processo eleitoral. Preparei este checklist para ajudar equipes a agir de forma coordenada e segura, sempre alinhando tecnologia, legislação e estratégia.

Ao final deste artigo, minha proposta é que você repense cada detalhe da sua campanha sob o olhar da segurança digital. Cada etapa desse checklist é resultado da prática em campo, da escuta de especialistas e da análise criteriosa das novas normas brasileiras. Isso é o que me permite falar com propriedade: segurança digital não é luxo. É pré-requisito.

Segurança eleitoral começa antes de abrir o primeiro e-mail da campanha.

O cenário das eleições de 2026 no Brasil


Desde 2022, o tema segurança de dados em campanhas explodiu em visibilidade. O Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei 2790/22, que determina que todos os dados eleitorais permaneçam no Brasil sob gestão local, visando soberania e proteção contra ataques. Já o Tribunal Superior Eleitoral modernizou regras para tratamento de dados pessoais, especialmente no uso de Inteligência Artificial e combate à desinformação (como destacado no Dia da Internet Segura 2025). A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, reforçou a obrigação de proteger informações, dizendo que dados pessoais não podem ser tratados sem consentimento.

Isso tudo mudou o jogo – e as regras. A Resolução TSE nº 23.732/2024 atualizou obrigações de partidos e candidatos na proteção de dados, nunca foi tão rigorosa. Uma abordagem amadora em proteção digital pode significar sanções administrativas, multas e perda de apoio popular. Não é exagero: quem negligencia dados hoje corre risco jurídico e eleitoral real.


Checklist estratégico: ações para blindar sua campanha eleitoral


Nestes 20 anos assessorando campanhas, sempre defendi que o planejamento meticuloso faz a diferença entre sucesso e crise digital. Por isso, apresento um roteiro dividido em etapas práticas, capaz de guiar candidatos, assessores e equipes, independentemente do porte da candidatura.


1. Avaliação de riscos: diagnóstico inicial


Antes de agir, faço sempre um diagnóstico. Mapeio plataformas usadas, pessoas com acesso e softwares instalados. Recomendo um rápido inventário digital, respondendo:

  • Quais dados pessoais a campanha coleta? (Nome, telefone, endereço, dados sensíveis?)

  • Onde estes dados estão armazenados? (planilhas, CRMs, nuvens, computadores?)

  • Quem tem acesso aos sistemas?

  • Como as senhas são gerenciadas?

  • Já houve algum incidente ou perda de dados no ciclo anterior?

Esse exercício já mostra potenciais brechas e pavimenta as ações de proteção. Eu oriento meus clientes a sempre documentar esse diagnóstico – pode ser fundamental em caso de auditorias ou questionamentos legais.


2. Política de senhas e autenticação segura


Uma das maiores causas de vazamentos, na minha experiência, ainda são senhas fracas ou compartilhadas. Costumo insistir nesses pontos:

  • Definir senhas longas, com letras, números e caracteres especiais (jamais usar datas ou nomes de campanha)

  • Trocar a cada 90 dias

  • Usar autenticação em duas etapas (2FA) em todos os serviços

  • Jamais compartilhar senhas por e-mail ou WhatsApp

Explico para as equipes: a senha da conta de Instagram de um candidato pode ser a porta de entrada para todo um dossiê de apoiadores e estratégias. O dano à imagem é imediato diante de qualquer tentativa de invasão ou adulteração.


3. Controle de acessos e permissões


Aprendi, após tantos projetos, que o volume de pessoas envolvidas (voluntários, consultores, fornecedores) pode virar uma armadilha se não houver ordem. Sempre estabeleço níveis de acesso:

  • Permissão mínima necessária para cada função

  • Revogação imediata de acessos quando alguém deixa a equipe

  • Registros de quem fez o quê, em cada sistema

Um erro comum é manter ex-integrantes com e-mails e logins válidos por meses. Isso abriu caminho para golpes e vazamentos até em grandes campanhas públicas.


4. Proteção contra phishing e engenharia social


Em 2024, a ação de hackers e golpistas está mais sofisticada, especialmente no contexto eleitoral. Técnicas de phishing buscam enganar candidatos e apoiadores, simulando comunicações autênticas da Justiça Eleitoral ou parceiros. Sempre promovo os seguintes treinamentos:

  • Identificar e-mails ou mensagens “suspeitas” (links estranhos, erros de ortografia, endereços de remetentes desconhecidos)

  • Nunca baixar anexos ou clicar em links sem confirmação de autenticidade

  • Desconfiar de pedidos de senhas, dados bancários ou informações pessoais

  • Em caso de dúvida, encaminhar para o responsável de TI antes de responder ou interagir

Nenhum sistema é à prova de falhas humanas sem treinamento constante e orientações claras.


5. Proteção de dispositivos e redes


Vi casos de candidatos tendo campanhas virtuais interrompidas porque alguém conectou notebooks a Wi-Fi público, sem criptografia. Para as equipes:

  • Manter computadores, tablets e celulares sempre atualizados, com antivírus ativo

  • Evitar o uso de dispositivos pessoais para tarefas sensíveis da campanha

  • Jamais usar redes públicas de Wi-Fi para acessar plataformas de campanha sem VPN

  • Bloquear tela com senha em intervalos curtos

Essas medidas, muitas vezes ignoradas por hábito, são a base de quase toda situação de risco que já presenciei em gabinetes e comandos de campanha digital.


6. Gestão e armazenamento seguro de dados


Segundo a Resolução TSE nº 23.732/2024, é necessário alinhar práticas à LGPD, garantindo que dados sejam utilizados apenas para a finalidade original (com consentimento do usuário). Minhas recomendações práticas:

  • Garantir que listas de apoiadores, doadores e eleitores tenham consentimento documentado

  • Usar serviços de armazenamento com política clara de privacidade e servidores localizados no Brasil, conforme exige o PL 2790/22

  • Criar backups automáticos e criptografados de bancos de dados críticos

  • Apagar dados que não são mais necessários após a eleição, em vez de mantê-los indefinidamente

Guarde menos, armazene com critério e destrua corretamente. Isso é respeito ao eleitor e obediência à lei.


7. Comunicação, mídias sociais e monitoramento


Se há um ponto crítico nas eleições atuais é a operação em redes sociais. Ataques de fake news, tentativas de invasão de perfis e até deepfakes crescem campanha após campanha. Já escrevi um material específico mostrando como lidar com deepfakes e fraudes digitais em campanhas políticas. Alguns caminhos são:

  • Proteger perfis de redes sociais com autenticação em duas etapas sempre que possível

  • Monitorar menções à candidatura em tempo real para identificar ataques, desinformação ou conteúdos manipulados, como oriento no artigo sobre monitoramento de desinformação eleitoral em tempo real

  • Responder rapidamente a incidentes para não deixar uma narrativa adversa crescer

  • Usar plataformas oficiais de comunicação, evitando grupos informais desorganizados

A reputação digital pode ser arranhada em minutos, mas leva anos para ser recuperada.


8. Prevenção de ataques e incidentes comuns


Durante campanhas que assessorei, já enfrentei tentativas de:

  • Ransomware sequestrando arquivos de campanha (exigência de resgate para devolver dados)

  • Defacing de sites oficiais (páginas alteradas, apagadas ou com mensagens falsas)

  • Vazamento de listas de apoiadores para adversários

  • Disparos em massa de fake news envolvendo Inteligência Artificial

Por isso, oriento:

  • Atualização constante de sites e sistemas

  • Auditorias regulares nos sistemas digitais (mínimo mensal durante o período eleitoral)

  • Planos de contingência para recuperar rapidamente o controle após um incidente

Costumo dizer: quem já tem um plano antes da crise, toma decisões mais rápidas e reduz danos.


9. Treinamento e conscientização da equipe


Apesar dos bons sistemas, já vi campanhas serem prejudicadas por falhas simples de comunicação. Por isso, faço sempre sessões de alinhamento sobre golpes atuais, regras jurídicas e consequências de condutas indevidas. Construa um manual com:

  • Fluxo para denúncias internas de incidentes

  • Recomendações sobre uso correto do WhatsApp, e-mails, redes sociais

  • Exercícios práticos de simulação de ataques (simular phishing, por exemplo)

  • Canais rápidos para dúvidas ou emergências

Uma equipe ciente de seus papéis e riscos gera menos brechas e responde com agilidade a qualquer ameaça.


10. Conformidade e transparência total


O tema transparência ganhou novos contornos. O TSE reforçou que o cidadão deve ter segurança sobre seus dados, obrigando campanhas a informar claramente como coletam, usam e armazenam informações. Nas orientações que dou:

  • Mantenha uma política de privacidade clara nos sites e formulários da campanha

  • Deixe o canal aberto para que eleitores possam pedir exclusão de dados

  • Documente operações sensíveis (uso de dados, contratação de fornecedores de tecnologia, relatórios de acessos)

Esse cuidado não só evita riscos legais, mas aumenta a confiança de apoiadores e da sociedade.


Dicas extras e tendências para campanhas políticas em 2026


O futuro chegou rápido para quem faz comunicação eleitoral. Ferramentas com inteligência artificial vão desde o microtargeting até produção de conteúdo. Mas ao mesmo tempo, aumentam os riscos de arquivos deepfake, manipulação de dados e práticas abusivas. Já mostrei como técnicas modernas de comunicação política exigem equilíbrio entre criatividade e proteção.

  • Use IA apenas de sistemas que permitam configuração de privacidade e controle de dados

  • Evite transferir bases de dados pessoais para provedores estrangeiros desconhecidos

  • Revise contratos com fornecedores de soluções digitais: busque menção explícita à conformidade com a LGPD

  • Organize simulações de incidentes cibernéticos três meses antes do início oficial da campanha

  • Acompanhe as atualizações do TSE sobre uso de tecnologia em eleições

Com as atualizações normativas, o compromisso com proteção de dados virou diferencial competitivo na política. E para campanhas associativas ou de conselhos de classe, já preparei um checklist específico no blog da Communicare, com as adaptações para este público.

Se houver dúvidas sobre como alinhar legalidade e tecnologia, recomendo fortemente consultar o conteúdo sobre conformidade e segurança em campanhas eleitorais, construído a partir de cenários reais.


Como a Communicare pode ajudar sua campanha a ser digitalmente segura?


Costumo dizer: segurança digital não é só TI, é estratégia de comunicação. Na Communicare, trabalhamos para que cada ação esteja em sintonia com a legislação, tecnologia e reputação desejada. Desenvolvemos políticas de privacidade, treinamentos sob demanda, acompanhamento de incidentes e soluções personalizadas para campanhas de todo porte. Nosso compromisso é com a estratégia e a segurança em todos os níveis.

Tenho visto que campanhas que tratam segurança digital como prioridade têm resultados mais sólidos e menos crises. E é por isso que deixo à disposição nosso formulário de contato, para construir juntos um plano sob medida para sua realidade.

Sua estratégia deve ser vista, mas seus dados precisam ser invisíveis para quem não pode acessá-los.

Conclusão


Nunca foi tão estratégico proteger dados, acessos, reputação e recursos digitais em eleições. Cada detalhe negligenciado pode ser a diferença entre vitória e desastre. Com o checklist acima, baseado nas melhores práticas e normas nacionais, tenho certeza de que sua equipe estará mais preparada para vencer desafios digitais – e proteger o projeto político que representa.

Se você precisar adaptar alguma etapa desse checklist à sua estrutura ou deseja treinamentos ou consultoria de segurança digital feita por profissionais experientes, recomendo acessar o site da Communicare. Estou à disposição para transformar sua preocupação em solução eficaz, sempre com foco em resultados e proteção.


Perguntas frequentes sobre segurança digital em campanhas eleitorais



O que é um checklist de segurança digital?


Um checklist de segurança digital é uma lista estruturada de boas práticas e etapas a serem cumpridas para proteger dados, sistemas, dispositivos e pessoas contra ameaças cibernéticas. No contexto eleitoral, serve como guia para campanhas, indicando procedimentos que minimizam riscos de vazamentos, ataques ou penalidades legais. Ele orienta desde a escolha de senhas até a gestão de acessos, armazenamento e treinamento de equipes.


Como proteger dados em campanhas eleitorais?


Para proteger dados em campanhas eleitorais, recomendo armazenar as informações em sistemas seguros, usar autenticação dupla, revisitar permissões de acesso, criar cópias de segurança e respeitar a legislação específica. O consentimento do eleitor precisa ser documentado, e é necessário capacitar colaboradores para identificar golpes e agir rapidamente em casos suspeitos. Políticas de privacidade claras e auditorias frequentes fortalecem ainda mais esse processo.


Quais são os principais riscos digitais nas eleições?


Entre os principais riscos digitais que já presenciei em campanhas, destaco: Phishing e golpes de engenharia social para acessar sistemas Vazamento de dados de eleitores e apoiadores Invasão de contas ou sites oficiais Manipulação de informações por meio de fake news e deepfakes Uso inadequado de Inteligência Artificial e disparos automatizadosTais riscos exigem análise constante e atualização de estratégias, conforme regulamentações do TSE e evolução dos ataques observados em eleições recentes.


Onde encontrar ferramentas de segurança digital confiáveis?


Sugiro buscar ferramentas em fornecedores reconhecidos pelo mercado brasileiro, que estejam em conformidade com a LGPD e mantenham servidores localizados no Brasil, como exige o Projeto de Lei 2790/22. Analise sempre contratos, verifique políticas de privacidade e prefira soluções recomendadas por especialistas e comunicadores políticos, como os indicados nos conteúdos da Communicare.


Vale a pena investir em consultoria de segurança digital?


Sim, investir em consultoria de segurança digital traz tranquilidade jurídica, técnica e estratégica para qualquer campanha. Profissionais experientes antecipam ameaças, ajustam processos e treinam equipes, reduzindo a chance de incidentes graves. No contexto pós-LGPD, essa orientação é decisiva para evitar sanções, proteger reputação e garantir o pleno andamento da candidatura. Eu e a equipe da Communicare estamos à disposição para apoiar sua campanha nesse desafio.

 
 
 

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