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Como usar geofencing em campanhas políticas locais de 2026

  • Foto do escritor: João Pedro G. Reis
    João Pedro G. Reis
  • 13 de nov.
  • 8 min de leitura

Sou João Pedro G. Reis, diretor executivo da Communicare. Acompanhei, nos últimos anos, o ritmo acelerado das transformações digitais na comunicação política brasileira. Uma das estratégias que mais tem chamado atenção – tanto pelo potencial quanto pelo nível técnico necessário para seu uso – é o geofencing. Nesta jornada, vou mostrar como essa técnica pode ser empregada em campanhas eleitorais locais de 2026, trazendo visão prática, exemplos e reflexões baseadas na minha experiência e em dados de pesquisas recentes.


O que é geofencing e por que ele chama atenção em 2026?


Ao falar de geofencing, logo lembro de épocas em que campanhas políticas se limitavam a panfletos e caminhadas. O geofencing, no entanto, representa uma fronteira totalmente nova: trata-se da definição de limites geográficos digitais – "cercas virtuais" – criadas em torno de áreas pré-determinadas. Sempre que uma pessoa entra nesse perímetro, é possível entregar mensagens específicas em seu celular, aplicativo ou navegador, tornando a comunicação muito mais inteligente, estratégica e personalizada.

Para as eleições de 2026, essa tecnologia não estará restrita apenas a grandes cidades. O acesso a smartphones, internet e aplicativos disparou, inclusive em localidades pequenas. O aumento dos investimentos financeiros em impulsionamento digital reflete justamente uma maior aposta de candidatos em táticas que unem precisão, escala e relacionamento com o eleitor.

Geofencing é comunicação territorial inteligente.

Em 2026, o diferencial de uma campanha não estará apenas na quantidade de conteúdo, mas em falar exatamente com quem importa, no contexto certo e no local certo.


Como o geofencing funciona na prática?


Quando aplico geofencing em estratégias, o processo costuma seguir uma lógica bem amarrada que envolve planejamento prévio, definição de objetivos claros e uso de dados públicos sobre circulação de pessoas, zonas eleitorais e bairros. Resumindo o fluxo:

  • Definição da área geográfica: Escolho no mapa digital o perímetro exato a ser trabalhado – pode ser o entorno de uma escola, um bairro estratégico ou até uma praça pública.

  • Configuração da campanha digital: Integro ferramentas de anúncios para disparar mensagens (banners, vídeos, notificações, posts patrocinados) para quem usar aplicativos ou acessar determinados sites estando dentro do perímetro digital.

  • Monitoramento e análise: Mensuro quantas pessoas visualizaram, interagiram ou foram direcionadas a outros canais, como WhatsApp, website ou landing page de cadastro.

  • Refino contínuo: Ajusto a segmentação e o conteúdo para aumentar a atuação qualificada e o engajamento.

Essa segmentação permite mensagens pensadas para moradores de bairros, cidades, Zonas Eleitorais ou até mesmo para públicos reunidos em eventos. Quando testei, por exemplo, enviar convites para encontros de escuta pública para moradores próximos à Câmara Municipal, o engajamento foi até 4 vezes maior.


Por que o geofencing é tão vantajoso para campanhas locais?


Em campanhas políticas, falar com o eleitor certo faz toda a diferença. Nas últimas eleições observei que mesmo candidaturas com menos visibilidade ganharam terreno focando esforços em bairros-chave ao usar segmentação territorial, como detalhado em estudos acadêmicos de 2020 (ver pesquisas sobre perfis de interação em Facebook).

Entre os principais benefícios do geofencing para campanhas locais estão:

  • Segmentação personalizada: É possível comunicar-se com bairros, ruas ou regiões específicas com propostas que fazem sentido para aquele território.

  • Redução de desperdício de verba: Em vez de distribuir anúncios para toda a cidade, o foco está onde a disputa eleitoral é mais acirrada.

  • Incentivo à participação local: Mensagens sobre mutirões, encontros e projetos de bairro têm muito mais aderência quando entregues nos arredores do evento.

  • Monitoramento em tempo real dos resultados: Consigo saber rapidamente se aquela abordagem funciona e, se necessário, adaptar o discurso.

  • Estimula o efeito multiplicador: O engajamento de grupos locais costuma se espalhar para círculos vizinhos, ampliando organicamente a repercussão.

Como citei em outra oportunidade, o formato tradicional de marketing político já não entrega o mesmo impacto. Comunicação local precisa ser, mais que digital, territorializada. Ao trabalhar campanhas pontuais em regiões específicas, consegui converter simpatia em votos efetivos via ações bem planejadas de geofencing. Detalho algumas dessas práticas em nosso conteúdo sobre estratégias de marketing político em campanhas locais.


Como planejar uma campanha política com geofencing?


Gosto de começar colocando o mapa da cidade na mesa. A partir daí, uso dados de votação anteriores, informações de cadastro eleitoral, análise social dos territórios e conversas diretas com lideranças de bairro. Veja como estruturo esse planejamento:


1. Escolha dos territórios estratégicos


Não se trata apenas de escolher bairros “grandes”. Às vezes, a eleição é definida por ruas com histórico de abstenção, regiões com baixa adesão ao projeto ou áreas onde o adversário tem forte presença. Estudando resultados anteriores, identifico os pontos mais relevantes para o objetivo da candidatura.


2. Definição do público-alvo


Segmentar por território não é suficiente. Preciso cruzar dados geográficos com interesses, histórico de comportamento digital e perfil socioeconômico. Plataformas de anúncios possibilitam filtrar por diversos critérios, como idade, gênero, preferências políticas e comportamento em eventos públicos.


3. Criação do conteúdo correto


A mensagem certa precisa chegar na hora e lugar certos. Prefiro criar anúncios que falem do cotidiano do bairro, mencionando problemas reais e propondo soluções factíveis, sempre contextualizando com histórias e personagens locais.


4. Ajustes dinâmicos


Gosto de monitorar o desempenho dos anúncios quase diariamente. Se uma área não gera respostas, troco o conteúdo, aumento o investimento ou altero o foco para bairros vizinhos. Flexibilidade é essencial para não desperdiçar recursos.


Formas práticas de ativar o geofencing em uma campanha


Quem nunca quis “mostrar seu recado” apenas para quem realmente pode votar? Com o avanço das plataformas digitais e o fácil acesso a serviços de anúncios online, hoje consigo montar um projeto de geofencing sem sequer sair do escritório. Aqui seguem as etapas práticas que implemento com meus clientes:

  1. Mapeamento no Google Maps (ou GIS): desenho o perímetro de atuação diretamente na plataforma, criando áreas até pelo formato do quarteirão.

  2. Integração com plataformas de anúncios: configuro Google Ads, Facebook/Instagram Ads e outros portais, segmentando para o entorno exato do perímetro digital definido.

  3. Aliar SMS, notificações push e aplicativos parceiros: envio mensagens diretas a quem está presente na área e consentiu receber comunicações públicas.

  4. Monitoramento de heatmaps: uso dados de calor de presença para identificar horários mais movimentados e otimizar disparos.

  5. Teste A/B: comparo diferentes abordagens de conteúdo, medindo qual delas resulta em mais interações reais, ligações, compartilhamentos ou voluntários engajados.

Essas etapas, quando integradas, potencializam não só resultados em votos como também ajudam a equipe de campanha a entender melhor o território onde atua. Para aprofundar como escolher formas de segmentação, recomendo nosso artigo com métodos de segmentação geográfica em campanhas.


Cuidados éticos e legais no uso do geofencing político


Quanto mais personalizada a abordagem, maior a responsabilidade ética. O uso de ferramentas digitais está sob constante vigilância de órgãos como o TSE, especialmente diante do crescimento da Inteligência Artificial e das manipulações digitais (análise sobre IA em campanhas políticas e monitoramento do TSE).

Quando implemento qualquer segmento digital baseado em localização, sigo princípios que sempre oriento minhas equipes e candidatos:

  • Transparência: Deixar claro que o conteúdo foi patrocinado e direcionado digitalmente. A transparência reduz o risco de questionamentos legais e fortalece a credibilidade do candidato.

  • Consentimento: Nunca envio mensagens invasivas sem autorização explícita – especialmente quando envolve comunicação direta por SMS, WhatsApp ou push notification.

  • Limite de exposição: Evito bombardear a população com excesso de anúncios, pois o efeito pode ser negativo e gerar repulsa à campanha.

  • Segurança dos dados: Uso apenas informações permitidas por lei, sem armazenar dados sensíveis de localização individual.

Uma campanha ética tem mais chances de sucesso, preservando a confiança da comunidade e evitando sanções judiciais ou investigações desconfortáveis.


Casos, aprendizados e resultados em campanhas locais


Quando olho para trás, vejo como pequenas ações territorializadas já fizeram diferença em campanhas modestas. Compartilho aqui aprendizados que observei e também referências de pesquisas acadêmicas recentes.

Geofencing transforma ações simples em impacto certeiro.
  • Durante eleições sindicais, direcionar convites de assembleia para áreas próximas a instalações da categoria resultou em crescimento de até 25% na participação, comparado ao contato genérico.

  • Em campanhas de conselhos profissionais, trabalhar geofencing ao redor de centros acadêmicos e eventos ligados ao setor aumentou o número de inscrições recebidas nas consultas públicas.

  • Em cidades pequenas, engajar lideranças comunitárias via comunicação baseada em localização gerou mais replicação das mensagens do candidato.

O ajuste fino do discurso lidera sempre aos melhores resultados. Não raro, detectando áreas de resistência, adapto o tom do conteúdo ou convido eleitores para rodas de conversa presenciais mais intimistas, o que eleva a conversão real em apoio ao projeto político.

Para quem busca estratégias práticas em territórios de menor porte, recomendo também a leitura do conteúdo produzido pela Communicare sobre marketing político em cidades pequenas.


Integração com outras estratégias digitais


Geofencing sozinho é forte, mas quando combino com outras ações digitais o efeito é ainda mais robusto. Gosto de alinhar:

  • Conteúdo nas redes sociais abordando temas levantados nos bairros onde a campanha atua presencialmente

  • Coleta de leads e contatos para criação de listas segmentadas por região

  • Pesquisas de opinião regionais que alimentam novas campanhas de microtargeting

O portal mapas e segmentação geográfica em campanhas locais apresenta mais detalhes sobre como essa integração potencializa resultados e relacionamento com a base eleitoral.


Quais métricas analisar numa campanha com geofencing?


Gosto de mensurar o máximo possível, mas algumas métricas são fundamentais:

  • Impressões e alcance: Quantas pessoas da área-alvo realmente visualizaram a mensagem?

  • Taxa de clique: Quantas dessas pessoas clicaram em um link, formulário ou vídeo da campanha?

  • Conversão em interação presencial: Quem compareceu em eventos, reuniões ou mutirões, após receber convite segmentado?

  • Cadastro de voluntários e apoiadores: Quantos contatos recebidos vieram de uma área geográfica específica após anúncio segmentado?

  • Mudança no engajamento: Houve aumento de menções ao candidato nas redes sociais daquele território após ação com geofencing?

Essas informações orientam todo o processo, permitindo decisões rápidas e eficientes na rotina de campanha.


O futuro da comunicação política: tendências para além de 2026


Olhando para o que temos visto no Brasil e no mundo, tudo indica que a personalização baseada em localização só crescerá. As experiências internacionais mostram que campanhas eleitorais cada vez mais buscam a união de inteligência artificial e análise territorial para criar mensagens precisas e contextualizadas (dados sobre crescimento do uso de IA em campanhas).

Vejo com entusiasmo os avanços, mas reforço que apenas tecnologia não substitui sensibilidade e escuta local. O futuro será de campanhas onde dados e relação humana caminham juntos.


Conclusão


Em minhas experiências à frente da Communicare, ficou claro: quem entende seu território, adapta o discurso e monitora resultados em tempo real aumenta suas chances de ocupar espaços e conquistar votantes engajados. O geofencing é uma grande oportunidade para campanhas políticas de 2026 que queiram ganhar presença nas ruas sem perder eficiência digital.

Se você busca apoio para estruturar essa abordagem ou deseja conversar sobre formas avançadas de segmentação, te convido para uma conversa personalizada com nossa equipe. Preencha o formulário no site da Communicare e descubra como podemos potencializar sua campanha local com inteligência, estratégia e cuidado ético. O próximo passo está a um clique do seu posicionamento digital de referência.


Perguntas frequentes sobre geofencing político



O que é geofencing em campanhas políticas?


Geofencing é uma tecnologia que permite criar “cercas virtuais” em áreas específicas, disparando mensagens ou anúncios digitais diretamente para pessoas presentes naquele perímetro, usando dados de localização de seus celulares ou aplicativos. No contexto político, essa ferramenta permite segmentar bairros, ruas ou eventos para entregar comunicação direcionada, aumentando a chance de engajamento e conversão em apoio eleitoral.


Como criar uma campanha de geofencing?


Começo definindo o território de interesse com auxílio de mapas digitais. Depois, configuro as ferramentas de anúncios, como Google Ads ou Facebook, para entregar conteúdo apenas às pessoas presentes na área selecionada. É preciso criar materiais adequados ao contexto local, monitorar os resultados e ajustar as mensagens de acordo com o engajamento.


Geofencing funciona em cidades pequenas?


Sim, e pode ser ainda mais eficiente. Em cidades pequenas, as relações territoriais e comunitárias são mais próximas, então mensagens segmentadas tendem a gerar respostas rápidas e facilitar o contato direto com o eleitor local. O custo menor e o alcance preciso costumam favorecer as campanhas.


Quanto custa usar geofencing político?


Os valores variam conforme o tamanho da área, o público-alvo e o tempo de exposição dos anúncios. É possível começar com orçamentos baixos em campanhas pontuais, escalando o investimento conforme a resposta do público. O fundamental é planejar para evitar desperdícios e monitorar o retorno de cada ação.


Vale a pena investir em geofencing?


Na minha experiência, campanhas que investem em geofencing têm vantagem competitiva, pois falam com o eleitor certo no local certo. Os dados de engajamento e retorno justificam o investimento, especialmente em disputas locais, onde o território decide a eleição.

 
 
 

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