
Como investir em comunicação antes da campanha sem desperdiçar
- Carlos Junior
- 22 de out.
- 9 min de leitura
O sucesso eleitoral ou institucional tem início muito antes do horário eleitoral, do material de rua e dos grandes palanques. Começa muito antes mesmo do pedido de voto explícito. Na nossa experiência à frente da Communicare, percebemos que a comunicação estratégica antes da campanha é um divisor de águas entre projetos amadores e mandatos de alta conexão, visibilidade e impacto.
Mas investir nessa fase sem desperdiçar recursos, sem ferir regras eleitorais e, principalmente, sem cair em armadilhas de gasto ineficaz exige planejamento, clareza de objetivos e muita criatividade nos métodos e canais escolhidos. Nesta jornada, apresentamos métodos, exemplos e caminhos possíveis para gerar base, reputação digital e engajamento verdadeiro bem antes do período oficial de campanha, com inteligência, transparência e sustentabilidade.
Por que investir em comunicação antes da campanha faz diferença?
Talvez ainda haja dúvidas sobre o real valor desse investimento antecipado. No entanto, pesquisas recentes, como análise das campanhas eleitorais de 2020 no Facebook, revelam que as mídias digitais tornaram o ambiente político brasileiro mais disputado e visível o ano inteiro.
Quem não é visto, não é lembrado, e dificilmente conquista votos.
Além disso, estrategistas de campanhas modernas já reconhecem a força dos ambientes virtuais e apostam em estratégias digitais intensas desde muito antes da largada eleitoral. Dessa forma, candidatos, conselhos, sindicatos e entidades que não se preparam perdem posicionamento, enquanto outros avançam em reputação e estruturação.
Investir antes da campanha potencializa o alcance orgânico, minimiza riscos jurídicos e permite que a mensagem cresça de maneira autêntica e transparente. A construção da chamada "pré-campanha" não gasta energia à toa; ela cria raízes, sorteia obstáculos e antecipa muitos problemas.
O que pode e o que não pode ser feito na pré-campanha?
Antes de partirmos para ideias práticas, vale deixar algo claro: a legislação eleitoral brasileira impõe limites rigorosos à pré-campanha, especialmente para candidatos e partidos. Segundo levantamento da Agência Pública, 75% dos candidatos que mais investiram em redes sociais em 2020 realizaram impulsionamento fora do período permitido, e muitos acabaram penalizados.
Não é permitido realizar pedido explícito de voto, impulsionar conteúdo pago com essa finalidade ou antecipar jingles e slogans de campanha. Também não se pode distribuir brindes, realizar comícios ou usar imagens de urna eletrônica. Entretanto, há ampla margem para atividades de construção de imagem, produção de conteúdos informativos, prestação de contas mandatária, interação em redes sociais e participação em debates ou entrevistas.
Para aprofundar no que pode ou não pode ser feito, sugerimos a leitura deste conteúdo detalhado sobre impulsionamento de conteúdo na pré-campanha no nosso blog.
Como evitar desperdício de recursos e esforços?
A ansiedade é comum nesta fase, assim como a vontade de tentar de tudo e investir em todos os canais ao mesmo tempo. Porém, o desperdício de dinheiro, tempo e energia é um perigo real, e não raro vemos histórias de pessoas ou equipes que gastaram pequenas fortunas em conteúdo inexpressivo ou campanhas sem impacto.
Planejamento e foco são os melhores antídotos contra o desperdício na comunicação pré-campanha.
Na prática, acreditamos que alguns pilares ajudam a evitar esse cenário:
Definição de público-alvo com base em dados reais, não em achismos;
Plano de comunicação alinhado com os objetivos de médio e longo prazo;
Canais de baixo custo e alto potencial de engajamento;
Monitoramento constante de resultados e ajustes periódicos;
Observância rigorosa às regras eleitorais e de transparência.
No artigo como desenvolver um plano de comunicação política eficaz explicamos passo a passo uma boa metodologia, do diagnóstico inicial ao acompanhamento dos resultados.
Estratégias de baixo custo para construção de reputação
Muitos acreditam que iniciar um projeto de comunicação digital de qualidade requer altos investimentos. Não precisa ser assim. Técnicas de storytelling, transparência, microtargeting político e produção de conteúdo relevante podem gerar resultado efetivo sem grandes gastos.
Redes sociais: cada canal com sua lógica
O digital democratizou a comunicação pré-campanha, tornando possível alcançar muitas pessoas com poucos recursos, mas não basta publicar qualquer conteúdo a qualquer momento. O segredo está em ajustar a mensagem para cada plataforma e público.
WhatsApp: construção de listas, grupos segmentados, distribuição regular de boletins e chamadas para conversas diretas;
Instagram: valorização de bastidores, “diário” de mandato, reels curtos e enquetes para ativar a comunidade (segundo estudo da FGV, candidatos progressistas obtêm mais engajamento no Instagram);
Facebook: grupos temáticos, lives explicativas, prestação de contas;
TikTok: vídeos rápidos com mensagens diretas e criativas, especialmente eficaz para públicos mais jovens e conservadores (no Rio e Recife, segundo a FGV, 64% das postagens foram de candidatos conservadores);
LinkedIn: artigos e posicionamentos institucionais voltados a formadores de opinião, classe média e lideranças setoriais.
Microtargeting político de baixo custo
Microtargeting é uma dessas palavras do vocabulário contemporâneo que pode soar intimidadora, mas, na verdade, significa uma adaptação fina da mensagem ao público correto. Segmentar não exige ferramentas caras: pode ser feito, por exemplo, por meio de enquetes gratuitas, análise de comentários em redes e conversas em grupos de WhatsApp.
Faça perguntas objetivas e ouça as demandas de segmentos específicos;
Use as respostas para criar conteúdos “cirúrgicos” que falem diretamente com aquele grupo;
Observe quais temas geram mais compartilhamento e use isso como bússola temática.
Assim, ao invés de disparar mensagens genéricas e vazias, a comunicação se torna mais próxima, relevante e menos dispendiosa.
Conteúdo educativo e prestação de contas
Antes da campanha, mandatos e entidades podem (e devem) investir em produção de materiais explicativos, tirando dúvidas sobre temas relevantes para a população ou para a categoria. Tutoriais, vídeos rápidos, cards e textos sobre conquistas, leis ou projetos em andamento geram engajamento e fortalecem a reputação.
Quando se entrega valor real, o público se aproxima espontaneamente.
Campanhas de mobilização participativa
O orçamento está apertado? Ótimo. Isso obriga a ser criativo. Que tal lançar desafios colaborativos, incentivar histórias de membros da base, organizar mutirões digitais ou promover lives com perguntas abertas? São formas de mobilizar sem precisar investir tanto. Isso aproxima e faz as pessoas se sentirem parte ativa.
Outras fontes e canais de baixo custo
Rádios e mídias locais
Em cidades médias e pequenas, a presença em rádios comunitárias, jornais impressos e TVs fechadas locais pode ser orgânica e pouco onerosa. Basta fazer pautas informativas, participar de debates locais, enviar releases sobre ações ou conquistas. Evite fazer propaganda direta ou antecipar slogans de campanha.
Parcerias e eventos: menos é mais
Parcerias com associações de bairro, conselhos profissionais e lideranças locais potencializam o alcance sem gerar custos elevados. Busque eventos já existentes, proponha rodas de conversa, mini cursos ou debates temáticos com transmissão ao vivo, sempre mantendo o cuidado de não configurar pedido de voto.
Newsletter e e-mail marketing inteligente
Estamos falando de um canal subestimado. Enviar boletins regulares, informativos e relevantes fortalece a base, ativa seguidores históricos e amplia o relacionamento. Plataformas gratuitas ou econômicas resolvem isso, bastando seguir as regras da LGPD, segmentar e entregar conteúdo que realmente faça sentido.
Ouvidorias, caixinhas de perguntas e escuta ativa
Ações de escuta ativa não custam caro: formulários gratuitos, caixas de perguntas nas redes, grupos de discussão e ouvidorias digitais mostram preocupação e interesse real pelo público. A resposta rápida e a implementação de sugestões aumentam a confiança de forma orgânica.
Como mensurar se o investimento está gerando resultado?
Pouco adianta investir em comunicação pré-campanha sem saber o que funciona. Por isso, defendemos métricas simples, fáceis de acompanhar e que não dependem de ferramentas caras.
Crescimento de seguidores e engajamento em redes sociais;
Participação em eventos, lives e debates proporcionados pelo canal;
Tráfego em canais de conteúdo, como blogs ou newsletters (inclusive, conheça nosso guia de estratégias digitais para impactar eleitores);
Volume de respostas em consultas, enquetes ou ouvidorias.
Não se trata apenas de quantidade, mas de qualidade do relacionamento construído antes do período eleitoral. O ideal é criar painéis de acompanhamento e, com frequência, discutir na equipe o que pode melhorar.
Resultado não é só like. É laço de confiança
Como fortalecer a imagem sem ferir a legislação?
Construir relevância antes da campanha oficial sempre traz um questionamento recorrente: até onde é permitido ir? O risco de cruzar a linha tênue entre apresentação institucional e campanha antecipada existe. Nossa orientação é inequívoca: transparência e respeito às regras sempre em primeiro lugar.
O Jornal da USP alerta sobre os perigos da campanha permanente e da desinformação. Uma comunicação ética, baseada em dados, fortalece a democracia, a confiança e afasta riscos jurídicos.
Por isso, elabore conteúdos que informem, mostrem resultados e propiciem debate, mas evite:
Pedir voto de forma direta ou disfarçada;
Impulsionar conteúdos suspeitos durante a pré-campanha;
Distorcer informações, usar dados não verificados ou “caçar clique” com fake news.
Devo investir em publicidade paga antes da campanha?
No âmbito da legislação eleitoral, impulsionamento e publicidade paga em plataformas digitais são limitados e, frequentemente, proibidos antes do período autorizado. Como visto nos dados da Agência Pública, investir antes do prazo regular pode resultar em penalidades pesadas.
Pague menos; invista em relacionamento autêntico
Se houver dúvida, priorize conteúdo orgânico, trabalhe a base e explore todo potencial das redes sem violar normas. Nosso artigo sobre marketing: estratégia primeiro, publicidade depois detalha formas de crescer digitalmente com orçamento enxuto.
Casos práticos e exemplos reais
Na Communicare, já acompanhamos dezenas de pré-campanhas bem planejadas que se transformaram em mandatos reconhecidos pelo cuidado com a comunicação desde o início. Muitas, inclusive, começaram pequenas: um boletim simples no WhatsApp, um blog coletivo, uma sequência de vídeos respondendo perguntas frequentes da base.
Por exemplo: um sindicato que, durante um semestre, investiu apenas em transmissões ao vivo com lideranças, coleta de dúvidas e distribuição de mini relatórios em redes sociais. Ao chegar o período oficial, já contava com engajamento espontâneo várias vezes maior que o dos concorrentes. Em outro caso, uma candidata a conselhos de classe usou formulários gratuitos para escutar demandas e, com base nisso, ajustou toda a sua comunicação.
Pequenas ações repetidas com verdade valem mais que grandes campanhas passageiras
O segredo? Constância, clareza e respeito pelo tempo e pelas demandas do público. Em todos esses exemplos, não foi o valor investido que fez a diferença, mas a inteligência tática e o compromisso com o diálogo verdadeiro.
Principais erros a evitar
Achar que só o impulsionamento pago traz resultado significativo;
Ignorar as regras eleitorais e de transparência institucional;
Copiar modelos prontos sem considerar a cultura local;
Não definir objetivos claros, públicos segmentados e métricas simples;
Desistir após a primeira dificuldade ou resultado ruim.
Próximos passos: construindo sua autoridade desde já
Investir em comunicação antes da campanha, quando bem executado, é o que diferencia líderes reativos de líderes visionários. A Communicare existe para apoiar mandatos, candidatos, sindicatos, profissionais e entidades a construir essa reputação de forma transparente, legal e com real impacto.
Se deseja dar o próximo passo em comunicação política ou institucional, nossa equipe está pronta para transformar sua presença digital e presencial, do planejamento até a execução. Entre em contato pelo nosso formulário e descubra como podemos juntos gerar mais resultado, engajamento e autoridade para sua história.
Conclusão
Enxergamos a comunicação pré-campanha como um caminho de amadurecimento coletivo. Não se trata de “aparecer por aparecer”: trata-se de servir, escutar, construir junto e gerar confiança, tudo dentro da legalidade, com criatividade e sem desperdiçar recursos.
A plataforma Communicare é referência em soluções estratégicas para os desafios do cenário político e institucional brasileiro. Nossa missão é apoiar quem acredita na força da comunicação honesta, participativa e baseada em dados. Se você busca projetos que durem mais do que o curto ciclo da eleição, converse conosco e construa reputação desde já.
Perguntas frequentes sobre comunicação pré-campanha
Como investir em comunicação antes da campanha?
Para investir em comunicação pré-campanha sem desperdício, selecione os canais digitais mais aderentes ao seu público, produza conteúdos que gerem valor informativo e busque construir relacionamento autêntico. Use redes sociais, WhatsApp, newsletters e eventos locais, sempre observando as regras eleitorais. O foco deve ser prestar contas, apresentar resultados, escutar demandas e estimular engajamento orgânico. Plataformas gratuitas e criatividade contam muito mais que orçamento robusto nesse momento.
Quais erros evitar ao planejar comunicação?
Evite investir todo orçamento em impulsionamento pago na pré-campanha, ignorar a legislação eleitoral, replicar modelos prontos sem contexto local e atuar com falta de constância e objetivos definidos. A comunicação precisa ser planejada com base nos interesses reais da base, com métricas simples de acompanhamento e total respeito à legislação vigente. Transparência, autenticidade e adaptação aos meios certos impedem que esforços e dinheiro sejam desperdiçados.
Vale a pena investir antes da campanha?
Sim, desde que seja feito de forma inteligente, planejada e ética. O investimento pré-campanha ajuda a construir reputação, autoridade digital, base engajada e conhecimento de cenário muito antes da concorrência direta começar. Isso diminui riscos, permite correção rápida de erros e proporciona mais visibilidade para o projeto político ou institucional, facilitando o crescimento durante o período oficial.
Quais os benefícios da comunicação pré-campanha?
Os principais benefícios são: fortalecimento da imagem, maior engajamento orgânico, geração de confiança, aumento da base de apoiadores, antecipação de crises e entendimento aprofundado do público-alvo. Projetos bem estruturados desde a pré-campanha se destacam pela proximidade com as demandas reais, pelo alcance ampliado e pela transparência nas ações.
Como mensurar resultados da comunicação antecipada?
Acompanhe indicadores como engajamento nas redes, crescimento de seguidores, participação em lives, volume de respostas em enquetes, abertura de newsletters e qualidade das interações. Painéis de acompanhamento simples já são suficientes para a maior parte dos projetos. O sucesso não está apenas no volume de curtidas, mas também na construção de relacionamentos sólidos e confiáveis ao longo do tempo.




Comentários