
Como usar storytelling visual em campanhas políticas locais
- João Pedro G. Reis

- 13 de nov.
- 10 min de leitura
Ao longo dos meus anos como estrategista em comunicação política, testemunhei grandes transformações na forma como candidatos, mandatos e lideranças se conectam com eleitores. Em campanhas locais, o desafio é ainda maior. A disputa é próxima, os recursos são limitados, e a mensagem precisa ser certeira. Nessas horas, utilizar o storytelling visual se tornou não só uma escolha, mas uma necessidade para quem busca engajar públicos e conquistar votos.
Neste artigo, vou compartilhar minha experiência e apresentar caminhos práticos para transformar narrativas visuais em diferenciais competitivos em eleições municipais, sindicais, associativas e outros contextos locais. Vou explicar conceitos, trazer exemplos, indicar referências do campo e, acima de tudo, mostrar como a equipe da Communicare pode ajudar você a construir campanhas visuais memoráveis.
Por que o storytelling visual ganhou espaço nas campanhas locais?
Quando falo em storytelling visual, refiro-me ao uso estruturado de imagens, vídeos, infográficos, memes e até cores para contar histórias autênticas e mobilizadoras. Essa técnica, historicamente associada à publicidade, migrou para o campo político com força. Pesquisas e experiências recentes mostram que candidatos locais que apostam no visual conseguem criar mais conexão do que aqueles que se limitam a discursos extensos e promessas genéricas.
Segundo análises publicadas pela Revista Diálogo Político, símbolos claros e imagens potentes resumem melhor a mensagem estratégica. Eles elevam a coesão das equipes de campanha e fortalecem a percepção de proximidade no eleitorado, principalmente em cenários locais, onde o contato é direto e a disputa, acirrada.
Imagens consolidam a verdade de uma ideia em um instante.
No contexto das campanhas que acompanhei e coordenei, percebi como uma foto bem escolhida, uma ilustração didática ou um vídeo curto conseguem sintetizar valores, história e diferenciais em poucos segundos. Isso é fundamental para superar a saturação de informação nas redes locais, especialmente em tempos de avalanche digital pré-eleitoral.
O que é storytelling visual e como ele se diferencia?
Storytelling visual não é simplesmente publicar fotos ou vídeos aleatórios. Trata-se de uma estratégia orquestrada de comunicação, onde cada elemento visual trabalha para contar uma narrativa central. Essa narrativa é articulada para emocionar, informar e persuadir o público, indo além de slogans batidos e apresentações frias.
Ao contrário do storytelling tradicional, focado em texto e discursos, o storytelling visual se ancora em três pilares principais:
Imersão: O público é rapidamente transportado para dentro da história, com imagens capazes de evocar memórias e sentimentos;
Registros icônicos: Determinadas imagens ou cenas se tornam símbolos da candidatura ou causa;
Memorabilidade: O que é visto costuma ser lembrado, aumentando as chances de a mensagem ser compartilhada e reconhecida.
Eu costumo dizer para os clientes da Communicare: “Se alguém lembra da sua campanha por uma imagem, estamos no caminho certo”. Isso acontece porque o cérebro humano processa imagens 60 mil vezes mais rápido do que textos. Não é por acaso que grandes candidaturas e movimentos sociais são associados a cores, gestos, gestuais e objetos emblemáticos.
Quais são os principais benefícios do storytelling visual para campanhas políticas locais?
Em minha rotina como diretor executivo da Communicare, já vi campanhas saltarem de patamares modestos para grandes projetos graças à adoção estratégica das narrativas visuais. Os benefícios são práticos e mensuráveis:
Agilidade na comunicação: A mensagem chega rapidamente a públicos diversos, inclusive os pouco alfabetizados ou avessos a longos textos;
Mais engajamento nas redes sociais: Conteúdos visuais tendem a gerar mais curtidas, comentários e compartilhamentos, ampliando o alcance orgânico das publicações;
Compreensão facilitada: Complexidades de propostas, dados de impacto e planos de governo podem ser traduzidas em infográficos visualmente organizados;
Diferenciação competitiva: Em cidades do interior, sindicatos ou associações, quem investe em visual storytelling se destaca rapidamente dos concorrentes tradicionais;
Reforço da identidade: Cores, ícones e fotografias específicas reforçam a identidade da candidatura e ajudam a construir reputação a longo prazo.
Como estruturar um storytelling visual eficaz para campanhas locais?
Baseando-me nos projetos realizados pela Communicare e nas tendências que acompanho em consultorias, recomendo dividir a construção do storytelling visual em etapas bem definidas.
1. Definição do público-alvo e mapeamento de dores
O primeiro passo é conhecer o perfil do eleitorado local e entender quais são suas dores, anseios e aspirações. Esse aprofundamento orienta todo o restante da estratégia, inclusive a seleção de elementos visuais que dialogam com a realidade do bairro, distrito, conselho ou sindicato.
Aqui, faço uso de pesquisas qualitativas, entrevistas e análise de conversas em grupos de WhatsApp regionais. Nada substitui a escuta atenta.
2. Construção da narrativa central
Com base nesse diagnóstico, desenvolvo junto aos clientes uma narrativa central. Ela deve ser simples, mas contar com elementos capazes de se desdobrar visualmente: uma causa, um problema a ser solucionado, um passado de lutas, uma visão de futuro. Não se trata de inventar, mas de encontrar a verdade emocional que conecta candidato e comunidade.
3. Escolha de elementos visuais autênticos
Sabendo o que comunicar e para quem, começo a selecionar os elementos visuais. Cores que remetem à cidade; cenários conhecidos, como praças, escolas e feiras; ícones locais, tradições, sinais culturais. Repare como candidaturas vencedoras criam repertórios visuais, mesmo com poucos recursos, para afirmar pertencimento.
O storytelling visual, bem trabalhado, evita bancos de imagens genéricos e, sempre que possível, aposta em registros autênticos, caprichando tanto em imagens profissionais quanto nas amadoras que passam verdade.
4. Produção e distribuição de conteúdos visuais
Chegou a hora de colocar o storytelling em prática. Programo o calendário editorial com diferentes formatos:
Vídeos curtos (reels, stories, TikTok, YouTube Shorts);
Cards, memes e carrosséis para Instagram, Facebook e WhatsApp;
Infográficos explicativos, principalmente para dados e promessas de mandato;
Imagens de campanhas de rua, faixas, banners e materiais impressos;
Identidade visual coordenada (logotipo, paleta de cores, tipografia etc.);
Enquadramentos fotográficos que comunicam, por si só, emoção, ação e solução.
5. Monitoramento de impactos e ajustes
A última etapa, jamais secundária, é o monitoramento. Verifico o desempenho das peças visuais, identifico quais geram mais engajamento, quais são compartilhadas em grupos e quais viram memes (de preferência, positivos!). Storytelling visual não é estanque, mas sim dinâmico: ajusto sempre que percebo oportunidades de potencializar engajamento e identificação.
Quais formatos visuais funcionam melhor em campanhas locais?
É comum ser questionado sobre quais formatos têm mais retorno nas campanhas. Minha experiência mostra que o melhor formato depende do público, mas há alguns que se destacam:
Vídeos expositivos de 30 a 60 segundos: Apresentando o candidato em ambientes conhecidos pela população, mostrando ações concretas e depoimentos reais;
Infográficos com dados locais: Transformar informações complexas, como orçamento de bairro ou histórico escolar, em gráficos e ilustrações simplificadas;
Memes e cards temáticos: Usar o humor leve ou referências culturais para criar identificação instantânea;
Fotos de rua: Registrar o candidato ouvindo, conversando ou trabalhando junto à comunidade reforça proximidade e compromisso;
Ilustrações customizadas: Personificar causas e promessas com desenhos feitos sob medida para cada contexto eleitoral.
Um exemplo recente em que trabalhei foi em uma pequena associação de comerciantes. Criamos uma série de ilustrações com personagens locais “falando” dos problemas da região, intercalando relatórios fotográficos do comércio real e vídeos de depoimentos. O engajamento dobrou em relação aos formatos tradicionais, impulsionando debates e reuniões presenciais.
Para quem se aprofunda, recomendo o artigo como usar storytelling para engajar audiência nas redes sociais, publicado pela equipe da Communicare. Ele reúne cases e dicas objetivas para ampliar o uso das narrativas visuais no ambiente online.
Como adaptar o storytelling visual para diferentes contextos locais?
Muitos me perguntam se existe um modelo único de storytelling visual para campanhas locais. Sempre repito: não há receita, mas há princípios que, se respeitados, aumentam muito as chances de engajamento.
Campanhas eleitorais municipais
Nesse cenário, recomendo apostar em imagens que reforcem proximidade com a cidade. Mostre o candidato com referências urbanas reconhecíveis (monumentos, praças, mercados). Use as cores típicas do município na identidade visual. Adote personagens que representem perfis majoritários do eleitorado local. A personalização é o segredo.
Comunicação sindical e associativa
Já no universo dos sindicatos e associações, gosto de explorar elementos que remetam à história coletiva. Resgatar fotos antigas, criar linhas do tempo visuais e representar conquistas em gráficos de evolução ajudam a gerar pertencimento. Aqui, símbolos de lutas e celebrações ocupam espaço central.
Conselhos de classe e mandatos
Nesses ambientes, a clareza ganha destaque. Uso infográficos detalhados e vídeos curtos para explicar processos, avanços legislativos e prestação de contas. O storytelling visual serve para traduzir burocracias em informações digeríveis, reforçando transparência e credibilidade.
Públicos jovens e microtargeting
Quando o público predominante é jovem ou engajado em redes sociais, abuso de memes, gifs, stickers exclusivos e minivídeos ágeis. Essa abordagem foi bem-sucedida no projeto Motorizar jovens nas eleições de conselhos federais, desenvolvido pela Communicare, onde as narrativas visuais foram decisivas para ampliar o interesse e o debate entre estudantes, recém-formados e jovens profissionais.
Quais são os principais erros ao implementar storytelling visual?
Ao longo das consultorias, percebo que alguns equívocos ainda travam campanhas, principalmente entre quem começa a experimentar storytelling visual. Os mais comuns são:
Imagens genéricas: O público local sente de longe fotos de banco de imagens. Priorize registros reais, mesmo que imperfeitos;
Sobrecarga de informações: Evite infográficos poluídos demais ou cards cheios de texto. O excesso cansa e dificulta a memorização;
Falta de coerência visual: Mudanças constantes de cores, fontes e estilos transmitem improviso e prejudicam a confiança;
Desrespeito à cultura local: Usar símbolos, cores ou figuras que não representam a cidade ou a categoria pode gerar rejeição;
Ignorar acessibilidade: Campanhas inclusivas adaptam as imagens com legendas, traduções em Libras e descrições para deficientes visuais.
Reforço sempre aos clientes da Communicare: consistência e verdade são os alicerces do storytelling visual de sucesso. Cada elemento deve ter propósito e dialogar com as pessoas certas, no canal certo.
Como mensurar resultados e evoluir a estratégia visual?
Não basta criar belas imagens. O impacto do storytelling visual precisa ser acompanhado de métricas objetivas e, se necessário, replanejado. Eis algumas formas que uso para mensurar e ajustar estratégias em campanhas locais:
Taxa de engajamento: Número de curtidas, comentários, compartilhamentos, respostas a enquetes;
Alcance orgânico: Quantidade de pessoas atingidas sem impulsionamento pago;
Lembrete espontâneo: Mencionei em reuniões, pesquisas rápidas ou conversas se as pessoas citam imagens ou símbolos visualizados na campanha;
Solicitações e inscrições: Contagem de visitas e cadastros gerados a partir de posts visuais;
Feedback direto: Comentários em grupos, respostas a stories, prints recebidos, entre outros.
Quando percebo que uma peça visual teve desempenho acima da média, busco replicar a lógica. Quando um formato não rende, refaço, testo variações e, sempre que possível, converso com moradores ou membros da categoria para investigar o porquê.
Não existe fórmula fixa. Cada contexto eleitoral local pede ajustes, sensibilidade e capacidade de ouvir o que o visual diz, e o que não diz. Fique atento.
Exemplos e casos práticos de storytelling visual bem aplicado
Vou compartilhar brevemente três situações reais que coordenei ou acompanhei na Communicare:
No interior de Minas Gerais, um candidato usou as cores da praça principal da cidade em toda a sua campanha visual. O azul do coreto, o amarelo dos bancos e até antigas fachadas entraram na identidade gráfica. Isso virou motivo de orgulho e piada interna. A campanha virou referência e gerou memes internos, sempre com humor positivo.
Em uma eleição de conselho profissional, utilizamos ilustrações com a “linha de tempo” das conquistas da categoria, exibidas em banners e postagens. Essa narrativa visual impulsionou o engajamento nas redes e melhorou o comparecimento às assembleias.
Já em um sindicato de professores, optamos por mostrar fotos reais de salas de aula, professores em ação no cotidiano e depoimentos em vídeo de alunos. O resultado? Aproximação com a base e aumento do sentimento coletivo.
Esses casos, assim como outros que detalhei no artigo storytelling político: conectando causas à base sindical, mostram que a estética visual, quando ligada à verdade local, supera qualquer material padronizado. O segredo está em ouvir, observar, testar e melhorar a narrativa a cada ciclo.
Como integrar storytelling visual ao plano geral de campanha?
O storytelling visual não substitui a estratégia política, mas a potencializa. Para integrar bem visual e discurso, sigo três recomendações que costumo usar na Communicare:
Coerência entre imagem e mensagem: A imagem precisa reforçar o que está sendo falado, seja em falas públicas, textos de site ou entrevistas;
Sincronia dos canais: Replico símbolos visuais em todas as frentes: redes sociais, materiais impressos, adesivos, faixas, vídeos institucionais;
Treinamento da equipe: Todo mundo deve entender o significado dos elementos visuais, para responder a perguntas e explicar as escolhas em reuniões, visitas e eventos.
No artigo estratégias de campanha eleitoral: guia com exemplos e etapas, aprofundo essa integração entre comunicação visual e posicionamento estratégico. Recomendo a leitura para se aprofundar ainda mais no tema e conhecer exemplos de campanhas integradas com resultado.
Conclusão: O storytelling visual é o elo que faltava nas campanhas locais
Se, no passado, campanhas locais eram marcadas por cartazes amadores e panfletos padronizados, hoje a realidade mudou. Storytelling visual é um diferencial real para candidatos, sindicatos, conselhos e associações que buscam relevância e engajamento em seus territórios. Ele aproxima pessoas, fortalece causas e constrói reputações duradouras, especialmente quando alinhado à cultura local e aos valores da comunidade.
Se você pretende criar uma campanha visualmente marcante, que mobilize e gere resultados, a Communicare está pronta para ajudar. Entre em contato e descubra como podemos construir juntos uma narrativa visual única para sua candidatura ou entidade. Preencha o formulário disponível no nosso site e dê o próximo passo rumo à sua vitória local.
Perguntas frequentes sobre storytelling visual em campanhas políticas locais
O que é storytelling visual em política?
Storytelling visual em política é a prática de contar histórias e transmitir valores, ideias e propostas utilizando recursos visuais como fotos, vídeos, ilustrações, infográficos e símbolos gráficos. Ele busca emocionar, engajar e tornar a comunicação mais memorável e acessível, especialmente em contextos onde o tempo de atenção do público é reduzido.
Como aplicar storytelling visual em campanhas locais?
Para aplicar storytelling visual em campanhas locais, é importante entender quem é o público, quais símbolos fazem sentido para a comunidade e como traduzir a narrativa do candidato ou causa em imagens autênticas. Recomendo produzir fotos originais, vídeos curtos gravados em locais reconhecíveis, infográficos simples para explicar propostas e manter uma identidade visual consistente em todos os materiais da campanha. A personalização, a verdade local e o ajuste contínuo fazem toda a diferença.
Quais são os melhores exemplos de storytelling visual?
Alguns exemplos eficazes de storytelling visual local incluem campanhas que utilizam as cores típicas da cidade nos materiais, fotos reais de envolvidos (não atores), vídeos de depoimentos, ilustrações de símbolos locais ou cronologias visuais de conquistas. Casos de sucesso geralmente equilibram profissionalismo com espontaneidade e apostam em formatos variados como stories, cards e banners para ampliar o alcance.
Por que usar storytelling visual em eleições locais?
O storytelling visual amplia o alcance e facilita o entendimento da mensagem, engajando públicos diversos e construindo uma identidade forte para campanhas locais. Num cenário de disputa acirrada e sobrecarga de informações, materiais visuais bem pensados ajudam a conquistar credibilidade, estimular a memorização e aumentar o vínculo afetivo entre candidato, causa e eleitorado.
Quais ferramentas usar para storytelling visual?
Recomendo ferramentas como editores de imagem (Photoshop, Canva, Figma), plataformas para criação de vídeos curtos (CapCut, InShot), aplicativos de infográficos (Piktochart) e recursos integrados das redes sociais (Instagram Stories, Facebook Creator Studio). Para equipes menores, apps gratuitos podem ser um bom começo. O importante é manter sempre a autenticidade e a coerência visual, ajustando o uso das ferramentas ao perfil do público local.




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